São Paulo – O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu por prazo indeterminado, nesta terça-feira (2), a inclusão de novos contratos de crédito consignado originados pelo Banco Agibank S.A.
A medida foi adotada depois que uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou irregularidades consideradas graves, como averbação sem autorização dos beneficiários, contratos firmados após o óbito dos titulares e distorções nas taxas de juros.
De acordo com o INSS, os técnicos identificaram:
O dossiê foi encaminhado à Polícia Federal e à Corregedoria do INSS. A suspensão permanecerá até a conclusão do processo administrativo instaurado pela autarquia.
Em nota, o banco afirmou que não foi comunicado previamente da decisão nem recebeu oportunidade de defesa. A instituição sustenta que todos os contratos passam por “protocolos rigorosos de segurança, como biometria facial, validação documental e cruzamento de dados em bases oficiais”.
O Agibank declarou desconhecer contratações irregulares, mas se comprometeu a ressarcir integralmente eventuais prejuízos a clientes ou ao INSS. O banco também solicitou acesso aos autos para analisar as conclusões da CGU e informou que demais serviços, inclusive pagamento de benefícios, seguem operando normalmente.
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Em agosto, o INSS já havia interrompido o contrato com o Agibank para apurar supostas violações na prestação de serviços. Na ocasião, pagamentos em curso foram mantidos, mas novos benefícios deixaram de ser processados. O vínculo foi restabelecido em novembro, após a assinatura de um termo de compromisso.
Entre as denúncias investigadas estavam o redirecionamento de ligações feitas ao número 135 para o aplicativo do banco, alegação negada pela instituição, além de recusas à portabilidade de benefício e retenção indevida de valores.
Com a nova suspensão, o Agibank fica impedido de registrar novos empréstimos consignados até que o INSS conclua a análise das irregularidades apontadas.