Inteligência artificial reformula aplicativos de namoro e ameaça substituir o gesto de deslizar

Mercado Financeiro21 horas atrás10 pontos de vista

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Aplicativos de relacionamento estão passando por uma transformação impulsionada pela inteligência artificial (IA), que promete reduzir a dependência do tradicional gesto de deslizar para a direita. Startups especializadas em “casamenteiros” virtuais e gigantes do setor como Tinder, Hinge, Bumble e Grindr apostam em novos recursos para aumentar a eficácia dos encontros e recuperar usuários pagantes.

A experiência que ilustra a mudança

Em setembro, a gerente de projetos Emma Inge, 25, de San Francisco, dedicou 20 minutos a uma conversa por telefone com o chatbot da startup Known. A ferramenta perguntou o que ela buscava em um parceiro; a resposta foi “alguém atlético, mas não dependente”. Uma semana depois, o serviço enviou uma notificação informando que havia um candidato e cobrou uma taxa única de US$ 25 (cerca de R$ 130) para marcar o encontro em um bar. “Com o jeito que o namoro é hoje em dia, pensei: vamos tentar”, disse Inge.

Mercado sob pressão

A adoção de IA ocorre em um momento de queda de satisfação dos usuários e redução no número de assinantes pagos. No último ano, o Bumble perdeu 9% dos pagantes, e o Match Group — dono do Tinder e do Hinge — registrou recuo de 5%, apesar do aumento no total de usuários. No Match Group, 20% da base responde por 97% da receita. Desde 2021, as ações do Match Group caíram 80%, e as da Bumble, 90% em relação à estreia na bolsa.

“A IA já tem papel relevante em nosso negócio, mas pode representar o próximo salto tecnológico”, afirmou Hesam Hosseini, diretor de operações do Match Group.

Recursos em desenvolvimento

Tinder: testa o recurso Chemistry, que analisa fotos do rolo da câmera para identificar preferências. O serviço será gratuito no lançamento, com possibilidade de cobrança posteriormente.

Grindr: anunciou seis ferramentas de IA sob o selo gAI (“gay-eye”), incluindo um “ala” virtual para sugerir assuntos, um recuperador de conversas antigas e resumos automáticos de perfis. Segundo o CEO George Arison, os itens mais populares integrarão um plano premium.

Hinge: com cerca de 15 milhões de usuários, utiliza IA para oferecer feedback sobre perfis. Neste ano, reescreveu seu algoritmo com IA generativa, elevando em 15% o número de matches, de acordo com Hosseini.

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Imagem: redir.folha.com.br

Bumble: planeja lançar até o fim do ano um aplicativo próprio baseado em IA; a empresa estuda cobrar por cada combinação.

Testes internos e novas propostas

Empresas do setor avaliam internamente coaches virtuais capazes de dar orientações após encontros e clones de IA que “sairiam” uns com os outros para produzir relatórios destinados aos usuários.

O Facebook Dating, dentro do aplicativo do Facebook, passou a permitir que o usuário descreva o par ideal — por exemplo, “morena, trabalha com tecnologia, mora em Nova York” — e conecta o perfil a pessoas reais com essas características.

Especialistas apontam que o modelo baseado em poucos pares “premium” por semana pode substituir a assinatura que libera deslizes ilimitados, tentando romper o chamado “ciclo do desespero”: baixa do app, frustração, abandono e reinstalação meses depois.

Enquanto as grandes plataformas ajustam estratégias, startups como a Known já faturam oferecendo encontros mediados por IA, indicando que deslizar para a direita pode, em breve, ficar no passado.

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