Após um ano marcado por mudanças regulatórias e oscilações de mercado, investidores de capital de risco revisam onde o valor do setor de criptoativos se concentrou em 2025. Em um podcast recente, participaram Mason Nystrom, sócio da Pantera Capital, Hootie Rashidifard, cofundador da Hash3, e Alana Levin, sócia da Variant.
Nystrom apontou que companhias já estabelecidas, como a corretora Robinhood, despontaram como vencedoras. Segundo ele, essas empresas adotaram postura cautelosa nos anos anteriores e aceleraram a entrada em cripto quando o cenário regulatório se tornou mais claro em 2025.
Rashidifard destacou o rápido aumento no volume de transações e na rentabilidade de emissores de stablecoins. Ele lembrou que a Tether se tornou “a empresa mais lucrativa do planeta por funcionário” e comentou que, até 2023, poucos consideravam projetos baseados em stablecoins atraentes, percepção que mudou radicalmente este ano.
Para Levin, plataformas de apostas em eventos, como Kalshi e Polymarket, formam uma das categorias que mais cresce em 2025. Ela observou que, um ano atrás, ambas valiam menos de US$ 1 bilhão e agora receberam, por exemplo, um investimento de US$ 2 bilhões da Intercontinental Exchange (ICE) na Polymarket.
Entre os perdedores, os executivos citaram nomes individuais e instituições. Levin mencionou Do Kwon, cofundador da Terraform Labs, condenado em 11 de dezembro a 15 anos de prisão por fraude eletrônica e conspiração ligadas ao colapso da Terra, que eliminou cerca de US$ 40 bilhões do mercado em 2022.
Imagem: cointelegraph.com
Rashidifard classificou a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) do período Biden como um dos principais derrotados. Ele afirmou que anos de aplicação agressiva, motivada por razões políticas, afastaram empreendedores do país até a saída do ex-presidente Gary Gensler em 2025. A mudança de postura, segundo ele, ficou evidente com a aprovação, em julho, da Lei GENIUS, que criou um marco federal para emissão e reserva de stablecoins, e com o projeto de lei sobre estrutura de mercado cripto, cuja votação foi adiada para 2026 pelo Comitê Bancário do Senado.
Para os participantes do debate, a combinação de clareza regulatória e modelos de negócios já testados deve continuar definindo vencedores e perdedores no ecossistema cripto.