Investidores apontam prejuízos de até R$ 267 mil em COEs ligados a Ambipar e Braskem

Mercado Financeiro1 semana atrás17 pontos de vista

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Investidores pessoas físicas têm relatado perdas expressivas em Certificados de Operações Estruturadas (COEs) lastreados em títulos de dívida de Ambipar e Braskem. Relatos publicados nas redes sociais mencionam prejuízos que chegam a R$ 267 mil após o vencimento antecipado desses produtos estruturados por XP Investimentos e BTG Pactual.

O que ocorreu

Os COEs em questão são certificados de crédito privado lastreados em bonds emitidos no exterior pelas duas companhias. A forte desvalorização desses papéis — em alguns casos próxima de 90% — acionou cláusulas de proteção que determinam o encerramento antecipado do produto quando a queda ultrapassa 50%. A medida foi disparada na última semana de setembro.

A Ambipar havia obtido decisão judicial que impede a cobrança de vencimentos antecipados de suas dívidas, enquanto a Braskem contratou assessorias financeira e jurídica para reestruturar seu passivo. O mercado interpretou as iniciativas como indícios de possíveis recuperações judiciais, provocando queda acentuada nos ativos das empresas.

Impacto para o investidor

Segundo a analista Maria Luisa Paolantoni, da Nord Investimentos, os resgates ocorreram de 20 a 30 dias após o gatilho, período em que a cotação dos títulos seguiu em queda. Como resultado, investidores receberam apenas 6,88% do valor aplicado no COE da Ambipar e entre 26,6% e 37% no COE da Braskem.

Um investidor que aplicou R$ 180 mil informou ter recuperado R$ 12 mil. Outro declarou ter perdido mais de R$ 101 mil, enquanto um terceiro relatou prejuízo de R$ 267 mil.

Promessa de retorno elevado

O COE Braskem 2033, distribuído pela XP, oferecia remuneração de IPCA + 10% ao ano. Já o COE da Ambipar prometia IPCA + 9,75% anuais. A perspectiva de ganhos expressivos atraiu investidores que, segundo Paolantoni, nem sempre compreenderam o nível de risco do produto.

Debate sobre suitability

Para o advogado Arthur Longo Ferreira, do escritório Henneberg Ferreira Linard, a corretora e o estruturador têm obrigação fiduciária de verificar se o produto é adequado ao perfil do cliente. “Não basta cumprir formalidades regulatórias; é preciso assegurar consistência com o interesse econômico do investidor”, afirma.

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Imagem: redir.folha.com.br

Em seu site, a XP indica que COEs se destinam a clientes de perfil moderado (capital protegido) ou agressivo (capital em risco) e declara não se responsabilizar por decisões de investimento baseadas nas informações divulgadas.

Reclamações crescentes

COEs ganharam visibilidade nos últimos anos após uma série de processos contra corretoras por perdas na aplicação. Ex-assessores de investimento relataram pressão para bater metas de venda, em razão das comissões elevadas associadas ao produto.

Um usuário do X (ex-Twitter) afirmou que sua assessora da XP apresentou o COE da Ambipar como investimento de taxa prefixada com capital protegido. Diferentemente de aplicações cobertas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), os bonds corporativos não contam com garantia especial e entram na lista de credores em eventual recuperação judicial.

Procurados, XP e BTG preferiram não comentar.

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