São Paulo – Uma aplicação de R$ 10 mil em ações preferenciais da Usiminas (USIM5) feita em julho de 2005 valeria hoje apenas R$ 4.926,80, resultado que representa uma desvalorização de 51% no período de 20 anos, segundo cálculo da Hike Capital.
O levantamento, assinado pelo analista Leonardo Andreoli, mostra que o desempenho é ainda pior em prazos de 15 anos: o mesmo aporte teria encolhido 84%, para R$ 1.615,35. Em janelas mais curtas, a tendência também é negativa. Quem investiu há um ano tem perda de 53%, enquanto o aporte feito há cinco anos registra queda de 38%. O único intervalo com resultado positivo são os últimos dez anos, com avanço modesto de 7%, somando R$ 10.687,83.
Tabela de desempenho
Data do investimento | Valorização | Valor atual
21/07/2024 | -53% | R$ 4.719,63
21/07/2020 | -38% | R$ 6.244,20
21/07/2015 | 7% | R$ 10.687,83
21/07/2010 | -84% | R$ 1.615,35
21/07/2005 | -51% | R$ 4.926,80
Os números consideram apenas a variação bruta das cotações, sem inclusão de dividendos, impostos ou aportes adicionais.
Os resultados divulgados nesta quarta-feira (25) ajudam a explicar o histórico fraco. No segundo trimestre de 2025, a Usiminas reportou Ebitda de R$ 408 milhões, 44,34% inferior ao registrado nos três meses anteriores. A companhia atribuiu o recuo ao agravamento das condições do mercado de aços planos, marcado por importação recorde de 1,2 milhão de toneladas no período.
Imagem: infomoney.com.br
De acordo com o UBS BB, as ações da Usiminas são negociadas a cerca de 0,3 vez seu valor patrimonial, reflexo dos desafios enfrentados nos últimos 15 anos, entre eles a concorrência do aço chinês. Mesmo uma tarifa de 25% sobre o produto importado, introduzida no ano passado, não foi suficiente para neutralizar o impacto.
O Goldman Sachs lembra que, apesar da alta de 5% no preço dos papéis nos últimos dias e de alguma melhora nos lucros, o cenário permanece incerto. O banco cita obstáculos cíclicos e estruturais, sobretudo a forte presença das exportações chinesas em 2025.
Nos anos anteriores, a empresa chegou a enfrentar dificuldades financeiras severas, inclusive eventos que a aproximaram da falência, fato que reforça a cautela recomendada por analistas.
Com informações de InfoMoney