Com a aproximação de 2026, analistas aceleram as apostas sobre quais ações devem despontar no novo ano. No setor bancário, dois nomes aparecem com destaque: Itaú (ITUB4) e Nubank (NUBR33).
Em relatório recente, o BB Investimentos ressaltou a consistência do maior banco privado do país. O Itaú encerrou o período com lucro líquido de R$ 11,9 bilhões e ROE recorrente de 23,3%, mesmo em um cenário de Selic a 15%. Para os analistas, o início do ciclo de cortes de juros cria novos gatilhos de valorização. A casa cita a “robustez operacional” e a “disciplina na gestão de riscos” como fatores que devem manter o banco capturando ganhos de escala, mesmo em um ambiente ainda seletivo.
O relatório também aponta que o Nubank reforça sua vantagem competitiva à medida que cresce a digitalização e a procura por produtos financeiros acessíveis. O BB Investimentos destaca a estratégia de originação prudente e a preferência por produtos de menor risco como diferenciais da fintech, atualmente a ação de maior valor de mercado no país.
O entusiasmo não se limita ao investidor doméstico. Em missão de roadshows nos Estados Unidos, analistas do BTG Pactual relataram que Itaú e Nubank foram as empresas mais citadas por gestores internacionais que acompanham América Latina e mercados emergentes.
Segundo o BTG, o Nubank já era tema recorrente pela liquidez e pelo modelo de negócios considerado disruptivo. Desde sua entrada em um importante índice de ações, investidores estrangeiros passaram a manter pelo menos uma posição neutra ou opinião formada sobre o papel. O feedback, no entanto, foi descrito como “misto”: há atenção ao potencial de crescimento, mas também questionamentos sobre possíveis falhas na tese.
Imagem: Renan Dantas via moneytimes.com.br
Entre as consultas feitas por estrangeiros, destacaram-se dúvidas sobre uma eventual deterioração da qualidade de crédito na base de baixa renda, sobretudo após comentários de bancos tradicionais sobre o elevado nível de endividamento do consumidor brasileiro médio. Mesmo assim, os analistas observam que vários fundos vêm conduzindo uma diligência aprofundada para, eventualmente, incluir o ativo em carteira.
Enquanto isso, o Itaú segue visto como porto seguro graças à rentabilidade estável e à escala, cenário que coloca os dois bancos, cada um a seu modo, no radar de investidores locais e internacionais para 2026.