Nova York — O JPMorgan Chase abriu oficialmente, nesta terça-feira, sua nova sede global de US$ 3 bilhões na 270 Park Avenue, em Midtown Manhattan. O arranha-céu de 60 andares passa a acomodar mais de 10 mil funcionários e reforça a presença do banco na cidade.
Durante a cerimônia de inauguração, o diretor-presidente Jamie Dimon afirmou que o projeto só foi possível graças à colaboração entre o setor público e a iniciativa privada. “Quando se trabalha junto, criam-se empregos, treinam-se pessoas e fortalece-se a cidade”, declarou.
David Arena, chefe global de imóveis do banco, destacou a resiliência de Nova York ao longo dos últimos 250 anos, lembrando que a cidade “sobreviveu a altos e baixos, a bons e maus prefeitos”.
Com estimativa de injetar US$ 42 bilhões por ano na economia local, o JPMorgan é um dos maiores empregadores privados nova-iorquinos. Ainda assim, a instituição já possui, atualmente, mais funcionários no Texas do que no estado de Nova York, reflexo da migração de parte do setor financeiro para outras regiões.
Segundo análise da FOX Business, o mercado financeiro nova-iorquino perdeu mais de 8 mil postos de trabalho em 2025. A redução afeta a arrecadação de impostos e preocupa investidores e líderes do mercado imobiliário.
A inauguração ocorre a duas semanas de uma eleição municipal considerada decisiva. O candidato líder nas pesquisas, Zohran Mamdani, autodeclarado socialista democrático, promete aumentar impostos, congelar aluguéis controlados e ampliar a oferta de moradia popular.
Imagem: Sumner Park FOXBusiness via foxbusiness.com
Dimon criticou algumas propostas, mas disse estar disposto a dialogar com qualquer administração. Empresários temem que uma guinada política à esquerda acelere a saída de empregos de alta remuneração da cidade.
A governadora Kathy Hochul reafirmou confiança no estado como centro financeiro. “Não apostem contra Nova York, nem contra nosso setor de serviços financeiros”, afirmou.
O JPMorgan exige que quase todos os funcionários lotados em Nova York retornem ao trabalho presencial, impulsionando a demanda por escritórios num momento de recuperação pós-pandemia. De acordo com a CBRE, foram locados 23,2 milhões de pés quadrados em Manhattan nos nove primeiros meses de 2025, o maior volume para o período em 19 anos. A projeção é de que o total supere 30 milhões de pés quadrados até dezembro, patamar próximo aos registrados em 2018 e 2019.
“Trata-se de competição global”, resumiu David Arena. “Quem está fora dos Estados Unidos quer aquilo que criamos aqui, e precisamos trabalhar para proteger e compartilhar esse legado.”