Um júri federal em San Francisco determinou que o Google pague US$ 425,7 milhões por violar a privacidade de usuários ao coletar informações de milhões de pessoas que haviam desativado um recurso de rastreamento em suas contas. A decisão, anunciada na quarta-feira, encerra um julgamento de ação coletiva que envolve cerca de 98 milhões de usuários nos Estados Unidos entre 1.º de julho de 2016 e 23 de setembro de 2024.
Os jurados concluíram que a empresa infringiu leis de privacidade da Califórnia ao monitorar atividades de quem acreditava ter protegido seus dados por meio dos controles oferecidos pela própria plataforma.
Em nota, o porta-voz do Google, Jose Castaneda, afirmou que a decisão “não reflete como nossos produtos funcionam” e garantiu que as ferramentas de privacidade “dão aos usuários controle sobre seus dados”. Castaneda informou ainda que a companhia pretende recorrer do veredicto.
A ação, protocolada em julho de 2020, acusava o Google de continuar coletando dados mesmo quando os usuários ativavam opções de privacidade. Durante o julgamento, a defesa alegou que as informações obtidas eram “não pessoais, pseudônimas e armazenadas em locais segregados, seguros e criptografados”, sem associação às contas ou à identidade dos usuários.
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O advogado David Boies, que representou os usuários, declarou que a equipe jurídica ficou “muito satisfeita” com o resultado.
O Google enfrenta outras ações por supostas violações de privacidade. Neste ano, a empresa concordou em pagar quase US$ 1,4 bilhão para encerrar um processo no Texas. Em 2023, aceitou destruir bilhões de registros de navegação privada para resolver uma disputa sobre o rastreamento de usuários no modo “anônimo” do navegador Chrome.