São Paulo, 10 de novembro – As taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto voltaram a avançar com força nesta sexta-feira (10), anulando o alívio observado no dia anterior. O movimento acompanha a deterioração do ambiente fiscal no Brasil e a piora no humor internacional após novas ameaças do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump contra a China.
A reviravolta ocorre um dia depois de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro ter ficado abaixo das projeções, o que chegou a derrubar os rendimentos na quinta-feira (9). Nesta sexta, porém, investidores migraram para posições mais defensivas e passaram a exigir prêmios maiores para carregar risco em prazos longos.
No cenário doméstico, pesa a derrota do governo federal na Medida Provisória 1303, que abriu uma lacuna de R$ 46 bilhões no Orçamento até 2026. No exterior, a possibilidade de nova escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China elevou a aversão ao risco, derrubando ações e fortalecendo o dólar.
Com a combinação de incertezas, as taxas dos papéis mais longos foram as mais afetadas:
Imagem: REUTERS via infomoney.com.br
Os dados foram registrados às 13h02, horário de Brasília. A inclinação da curva reflete a busca dos investidores por maior remuneração diante de um quadro fiscal incerto e de risco geopolítico elevado.
O avanço dos rendimentos ocorre paralelamente à queda dos índices acionários locais e à valorização do dólar, reforçando o movimento de aversão a ativos de risco observado no mercado global.