Um tribunal federal de Nova York condenou Eddy Alexandre, fundador da plataforma de investimento em criptomoedas EminiFX, a pagar US$ 228.576.962 em restituição a investidores vítimas de um esquema Ponzi. A decisão, emitida pela juíza distrital Valerie Caproni, também fixa em US$ 15.049.500 o valor de disgorgement (devolução de lucros) de responsabilidade exclusiva de Alexandre.
A ordem resulta de um julgamento sumário solicitado pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos Estados Unidos (CFTC). Tanto Alexandre quanto a EminiFX foram declarados solidariamente responsáveis pelo montante total de restituição.
Lançada em 2021, a EminiFX atraiu mais de 25 mil investidores e levantou cerca de US$ 262 milhões em apenas oito meses. A empresa divulgava ganhos semanais entre 5% e 9,99% por meio de uma conta “Robo-Advisor Assisted”, supostamente baseada em estratégias automatizadas de negociação em criptomoedas e mercado cambial.
Documentos judiciais revelam, porém, que a plataforma registrou prejuízo líquido mínimo de US$ 49 milhões e nunca utilizou a tecnologia anunciada. De acordo com os investigadores, Alexandre desviou ao menos US$ 15 milhões para despesas pessoais, incluindo pagamentos de cartões de crédito, carros de luxo e saques em dinheiro. Saídas de recursos solicitadas por antigos participantes eram quitadas com aportes de novos investidores, caracterizando o esquema Ponzi.
Em maio de 2022, procuradores federais e a CFTC moveram ações paralelas contra Alexandre. No processo criminal, ele confessou fraude com commodities e recebeu sentença de nove anos de prisão, além de uma ordem de restituição de US$ 213 milhões.
Imagem: Trader Iniciante 2 (15)
A decisão civil agora acrescenta a obrigação de disgorgement; contudo, qualquer valor pago a título de restituição será abatido do montante de devolução de lucros, conforme o despacho da juíza Caproni.
O administrador judicial nomeado em 2022 iniciou neste ano a distribuição dos recursos recuperados, após aprovação de plano de pagamento em janeiro.
Relatório da CertiK aponta que fraudes, invasões e outros golpes envolvendo criptoativos somaram US$ 2,47 bilhões no primeiro semestre de 2025. No segundo trimestre, os incidentes totalizaram US$ 800 milhões em 144 casos, redução de 52% em valor e 59 ocorrências a menos em relação ao primeiro trimestre, embora o acumulado anual já supere em quase 3% as perdas registradas em 2024.