As ações de Embraer (EMBR3) e WEG (WEGE3) despencaram mais de 20% depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou a 50% a tarifa sobre produtos brasileiros. Para o gestor Ruy Alves, da Kinea Investimentos, o recuo transformou os papéis em oportunidades de compra.
“Os preços ficaram muito mais atrativos após a correção”, afirmou o executivo em entrevista concedida em 25 de julho de 2025. A Kinea administra cerca de R$ 131 bilhões.
Alves avalia que a tendência é de reversão parcial ou total das novas barreiras comerciais, ainda que o governo norte-americano possa manter parte dos tributos por razões políticas. Segundo o gestor, mesmo tarifas de 15% — nível considerado por ele para um cenário de estresse — teriam impacto macroeconômico limitado, desde que a incerteza sobre o tema seja reduzida.
O especialista afirma que o mercado acionário local não oferece um leque amplo de oportunidades no momento. Ele enxerga possibilidades pontuais, concentradas em ativos que sofreram quedas acentuadas, caso de Embraer e WEG. Para uma alta sustentada do Ibovespa, na visão de Alves, será necessário um fechamento da curva de juros de longo prazo.
Imagem: Renan Dantas via moneytimes.com.br
Alves vê sinais de diminuição das tensões comerciais, citando avanços em negociações dos Estados Unidos com Japão, União Europeia e Coreia do Sul. “Parece que o pior momento já passou ou está perto do fim”, disse. Com acordos sendo fechados, o gestor espera que Trump adote postura mais alinhada ao mercado, o que traria previsibilidade para investidores.
Com informações de Money Times