Os Estados Unidos só conseguirão manter a dianteira global em inteligência artificial (IA) se garantirem oferta energética confiável para alimentar os centros de dados que sustentam a tecnologia, afirmou Nathan Lord, presidente da organização sem fins lucrativos Shale Crescent USA, em entrevista à Fox Business.
Demanda crescente de eletricidade
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), os centros de dados podem responder por até 50% de todo o novo consumo de eletricidade no país entre 2024 e 2030. Projeção do Goldman Sachs, divulgada em abril, indica que o gás natural deverá suprir 60% desse aumento de demanda.
Gás natural como solução imediata
Para Lord, o gás natural é “o único combustível que pode ser implantado com rapidez, em grande escala e a custo acessível” para atender ao avanço da IA. Ele criticou a estratégia de instalar centros de dados próximos a polos de fibra óptica, mas distantes das fontes de energia, e defendeu que as novas unidades sejam construídas em regiões produtoras de gás.
Regiões estratégicas
Cerca de 80% do gás natural norte-americano é extraído da Costa do Golfo do Texas e da região conhecida como Shale Crescent — que engloba Ohio, Virgínia Ocidental e Pensilvânia. “O Shale Crescent está especialmente preparado para atender à demanda dos futuros centros de dados”, disse Lord.
Movimentação do setor privado
Imagem: Sophia Compton FOXBusiness via foxbusiness.com
A Chevron anunciou neste ano uma parceria com a Engine No. 1 e a Chevron U.S.A. Inc. para desenvolver soluções energéticas baseadas em gás natural voltadas a instalações de processamento de dados.
A disputa com a China
Lord ressaltou que a China ampliou significativamente sua capacidade de geração de energia e hoje produz 2,5 vezes mais eletricidade que os Estados Unidos, superando o país há apenas 15 anos. “Os EUA não conseguirão superar a China em IA se forem superados em produção de energia”, alertou.
Contexto regulatório
Em meio às discussões, o administrador da Agência de Proteção Ambiental (EPA), Lee Zeldin, afirmou no programa “The Bottom Line” que o órgão revisa normas da administração anterior para apoiar a expansão da IA.
Para especialistas do setor, assegurar combustível confiável e em escala suficiente será decisivo para que os Estados Unidos permaneçam na vanguarda da inteligência artificial.