Para Alexandre Frankel, presidente da Housi, três fatores se tornaram indispensáveis na avaliação de um imóvel destinado a gerar renda: liquidez, procura recorrente e administração especializada. O executivo apresentou os pontos em entrevista à coluna De Grão em Grão, publicada um dia após a primeira parte do bate-papo sobre mudanças no modo de morar no país.
Segundo Frankel, um investimento imobiliário deixa de ser eficiente quando não pode ser vendido rapidamente ou não desperta interesse contínuo de locatários. “O setor amadureceu; o imóvel precisa funcionar como um negócio”, observou.
Ele atribui à gestão qualificada da locação o impacto direto em indicadores como vacância, receita média, manutenção e retenção de moradores. Na visão do empresário, é essa administração que converte metros quadrados em fluxo de caixa previsível.
Frankel considera inadequado analisar apenas o valor por metro quadrado. Para ele, retorno sobre o capital, potencial de valorização, agilidade na revenda e constância da renda formam métricas mais precisas, mesmo quando o imóvel tem preço unitário superior a alternativas na mesma região.
Ao tratar da aquisição para uso próprio, o CEO apontou fatores emocionais e de ciclo de vida como relevantes, mas alertou que ignorar liquidez futura é equívoco comum. Entre os erros mais frequentes, citou priorizar metragem em detrimento de localização e mobilidade urbana.
No grupo dos que compram visando rendimento, Frankel mencionou a superestimação da valorização futura, o descuido com custos de manutenção, a análise isolada do preço de compra e a leitura equivocada da demanda. “Imóvel não deve ser tratado como aposta, e sim como operação geradora de caixa”, reforçou.
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Para quem busca um roteiro rápido de avaliação, o executivo sugere três itens iniciais: localização próxima a emprego e transporte, aderência ao perfil real de demanda e modelo claro de gestão profissional.
Taxa de ocupação regional e tempo médio de locação aparecem como referências fáceis de obter e mais representativas do que materiais promocionais, de acordo com Frankel.
Na projeção do CEO, imóveis flexíveis, bem situados e voltados à praticidade urbana, longevidade, bem-estar e senso de comunidade devem ganhar espaço nos próximos dez anos. Em contrapartida, produtos rígidos, isolados e baseados apenas na lógica patrimonial tendem a perder relevância.