São Paulo – Para navegar em um ambiente de incerteza fiscal e política, o investidor precisa garantir que o retorno obtido compense o risco assumido e, ao mesmo tempo, distribuir recursos entre diferentes classes de ativos e regiões geográficas. A recomendação é de Fernando Chican, sócio-fundador da Lumina Capital, em entrevista ao InfoMoney.
Segundo o executivo, produtos isentos de imposto, como títulos incentivados, vêm oferecendo prêmios menores, exigindo análise detalhada antes da aplicação. “É fundamental avaliar se a remuneração justifica o risco”, afirmou.
Chican observa que períodos eleitorais e alterações regulatórias costumam provocar movimentos especulativos que levam a decisões precipitadas. Ele defende uma estratégia de alocação pensada para horizontes de cinco, dez ou 20 anos, em vez de focar nos próximos meses.
Fundada há cerca de quatro anos pelo ex-sócio do hedge fund americano Daniel Goldberg, a Lumina Capital administra hoje aproximadamente US$ 2,5 bilhões. A casa opera com um único fundo principal e três frentes de investimento:
Com fundos de dez anos, a gestora afirma ter liberdade para investir sem a pressão de resgates frequentes. Não há planos de lançar novos produtos; a meta é manter o modelo atual, abrindo um novo fundo apenas após concluir o ciclo de investimento do veículo em operação.
Imagem: infomoney.com.br
Na visão de Chican, o crédito no Brasil continua atraente, desde que administrado por gestores experientes e com incentivos alinhados aos cotistas. Ele também sugere ampliar a diversificação para fora do país, reduzindo a concentração em ativos domésticos.
Com a aproximação do período eleitoral, o executivo prevê maior oscilação nos preços dos ativos, mas reforça a necessidade de evitar movimentos pró-cíclicos — comprar na alta e vender na baixa — e manter disciplina de longo prazo.
No fim de 2023, a Lumina recebeu o prêmio de Gestora Revelação na primeira edição da Premiação Outliers InfoMoney, que reconheceu destaques do setor em 16 categorias.