Mais de vinte economias estaduais dos Estados Unidos já enfrentam recessão ou estão próximas de entrar nesse cenário, de acordo com análise divulgada pelo economista-chefe da Moody’s Analytics, Mark Zandi, com base em dados de final de agosto.
O levantamento indica que 21 estados, além do Distrito de Colúmbia, encontram-se em recessão ou em alto risco de recessão. Outros 13 estados estão “estagnados”, enquanto 15 mostram expansão econômica.
Participação no PIB
Zandi ressaltou que essas diferenças regionais ajudam a explicar por que a economia nacional se mantém “na beira” de uma recessão. Estados cuja soma responde por quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA já registram retração ou forte possibilidade de retração. Outro terço “apenas se mantém”, e o restante cresce.
Principais economias em risco
Entre os estados classificados como em recessão ou sob alto risco estão:
Segundo Zandi, as dificuldades se espalham por todo o país, com destaque negativo para a região da capital federal, impactada por cortes de empregos no governo.
Estados “parados” e em crescimento
Na categoria “tendendo à estabilidade”, aparecem economias de peso como Califórnia (14,5% do PIB nacional) e Nova York (7,92%), além de Ohio (3,14%) e Michigan (2,44%).
Entre os 15 estados que ainda expandem, estão Texas (9,41%), Flórida (5,78%), Pensilvânia (3,54%) e Carolina do Norte (2,86%). Zandi observou que, embora o Sul continue liderando, o ritmo de crescimento na região mostra sinais de desaceleração.
Imagem: Eric Revell FOXBusiness via foxbusiness.com
Impacto sobre a economia nacional
Para o economista, a manutenção de Califórnia e Nova York fora da recessão é crucial, pois juntas elas representam mais de um quinto do PIB do país.
Dados oficiais atrasados
A análise ganhou destaque em meio à paralisação parcial do governo federal, que já adiou a divulgação do relatório de emprego de setembro e deverá atrasar a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI), agora prevista para 24 de outubro. O Bureau of Labor Statistics informou que está chamando de volta parte dos servidores licenciados para concluir o documento.
Inflação e política monetária
A inflação permanece acima da meta de 2% do Federal Reserve e voltou a subir nos últimos meses com a aplicação de novas tarifas. Apesar da preocupação dos dirigentes do Fed, a autoridade monetária realizou no mês passado o primeiro corte de juros de 2025, citando sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho.
O Fed afirmou que continua monitorando os riscos em relação à estabilidade de preços e ao pleno emprego, os dois eixos de seu mandato.