Mandato Lula 3 pode registrar a menor inflação acumulada desde 1999, indica FGV Ibre

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O acumulado de inflação no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode terminar 2026 em 19,11%, patamar mais baixo do período de quatro anos desde que o regime de metas entrou em vigor, em 1999. O cálculo foi feito pelo economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a pedido da reportagem.

Se a projeção para 2025 e 2026 se confirmar, o índice superará o atual recorde, obtido no segundo mandato de Lula, quando o IPCA acumulou 22,21% entre 2006 e 2010.

Percepção popular ainda pressiona o governo

Apesar da tendência de desaceleração, pesquisa Datafolha realizada em abril mostrou que 54% dos entrevistados atribuem ao governo a alta recente dos preços dos alimentos. Integrantes da comunicação do Planalto admitem, em caráter reservado, que essa distância entre os números oficiais e a percepção dos consumidores será um obstáculo para a campanha presidencial de 2026.

Para reduzir essa sensação de perda de poder de compra, a estratégia inclui medidas de renda, como a continuidade do Auxílio Gás e o projeto que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5.000, ainda em análise no Congresso.

Carne volta a subir e reforça incômodo

A promessa eleitoral de que as famílias voltariam a consumir “picanha e cervejinha” esbarrou na retomada dos preços das carnes. Após queda de janeiro a agosto de 2023, o item voltou a encarecer a partir de setembro. Em dezembro de 2024, a inflação da picanha 12 meses ficou em 8,74%, ante 4,83% do IPCA geral. Em 2022, o movimento tinha sido inverso: picanha a 0,49% e índice cheio a 5,79%.

Segundo Braz, aumentos concentrados em itens essenciais afetam mais o orçamento porque os salários, embora corrigidos pela inflação média, não acompanham variações muito acima do Índice Oficial: “Quando um produto fundamental sobe 20% e o salário apenas 4%, a população troca carne por alternativas mais baratas ou reduz a quantidade”, explica.

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Imagem: redir.folha.com.br

Haddad destaca possível recorde

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem reforçando o discurso de que Lula poderá encerrar o mandato com a menor inflação acumulada da série histórica. Em cerimônia de lançamento do programa Reforma Casa Brasil, o ministro afirmou que o presidente “baterá o próprio recorde” obtido entre 2006 e 2010.

Alvo de 3% ao ano

Desde 2024 o país adota o formato de meta contínua para a inflação, com centro em 3% e margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O Banco Central considera a meta cumprida se o IPCA ficar entre 1,5% e 4,5%.

Para a estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, a população sente a alta de preços quando percebe que “R$ 100 não compram mais tudo o que cabia na cesta de consumo”. Ela ressalta que, mesmo com avanço mais lento, preços ainda sobem, apenas em ritmo menor.

O resultado definitivo para o acumulado de 2023 a 2026 dependerá da evolução da inflação nos próximos dois anos. Até lá, governo e Banco Central buscam reduzir a distância entre números oficiais e o bolso do consumidor.

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