Washington, 8 ago. — O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, declarou que os mercados financeiros atribuem “probabilidade substancial” a cortes na taxa básica de juros do Federal Reserve (Fed) antes do fim de 2024.
Em entrevista ao programa “Special Report with Bret Baier”, da Fox News, Bessent lembrou que o Fed manteve os juros estáveis pela quinta reunião consecutiva no fim de julho, mesmo apontando riscos de alta de preços decorrentes de tarifas sobre importações. Para ele, houve “certa falta de lógica” na avaliação do banco central sobre o impacto das tarifas.
Segundo o monitor CME FedWatch, os contratos futuros indicam 89,4% de chance de um corte de 25 pontos-base na reunião de meados de setembro. Para dezembro, os investidores veem 45,7% de probabilidade de redução total de 75 pontos-base e 42,6% de chance de corte de 50 pontos-base em relação ao intervalo atual de 4,25% a 4,5% ao ano.
Bessent argumentou que eventuais aumentos de preços provocados por tarifas “podem ser ajustes pontuais” e não necessariamente pressionariam a inflação de forma persistente. “Até agora, não vimos repasse consistente aos preços; muitos fabricantes estão absorvendo o custo”, afirmou.
A inflação segue acima da meta de 2% do Fed. O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu de 2,3% em abril para 2,7% em junho, enquanto o índice de despesas de consumo (PCE) avançou de 2,1% para 2,6% no mesmo período.
Imagem: Eric Revell FOXBusiness via foxbusiness.com
O cenário mudou após o relatório de empregos de julho, que apontou criação de 73 mil vagas — bem abaixo da projeção de 110 mil — e revisões negativas de 258 mil postos nos dados de maio e junho. A fraqueza do mercado de trabalho reforçou as apostas em afrouxamento monetário.
Apesar da pressão inflacionária, a taxa de desemprego permanece em 4,2%. O presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou que a instituição está pronta para agir caso as condições econômicas se deteriorem.