A fatia de brasileiros com mais de 65 anos ultrapassou 10% da população, após crescer mais de 40% na última década. Estudos projetam que, até 2040, entre 20% e 25% dos habitantes do país estarão nessa faixa etária, cenário que pressiona previdência, mercado de trabalho e serviços de saúde.
Diante desse avanço, especialistas alertam que a longevidade precisa entrar na agenda do setor financeiro. A avaliação é de Zeca Doherty, CEO da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que destaca a carência de soluções específicas para o público idoso além do crédito consignado.
Grande parte das iniciativas de educação financeira é voltada aos mais novos. Embora seja importante incentivar o aprendizado sobre dinheiro desde cedo, Doherty questiona a ausência de programas dirigidos à chamada “geração prateada” — termo que faz referência aos cabelos grisalhos de quem passou dos 60 anos.
Segundo Doherty, o mercado demonstra criatividade ao lançar produtos para segmentos como universitários, microempreendedores, mulheres e profissionais de áreas específicas. Ele afirma que a mesma abordagem deveria ser aplicada aos idosos, com:
O debate ganhou visibilidade mundial com a criação, pela Organização das Nações Unidas (ONU), do Dia Internacional do Idoso, celebrado em 1º de outubro. A data promove reflexão sobre direitos, dignidade e inclusão dessa população.
Imagem: Arte sobre de Divulgação via valorinveste.globo.com
Doherty lembra que manter as finanças em ordem é determinante para um envelhecimento tranquilo. Pesquisas relacionam estresse financeiro em idosos ao aumento de sintomas depressivos, evidenciando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para o tema.
Com o envelhecimento acelerado da população, o executivo conclui que o sistema financeiro tem papel essencial na adaptação a essa mudança estrutural, oferecendo produtos e serviços que atendam às demandas específicas de quem já passou dos 65 anos.