Mercado de terras raras é pequeno e traz riscos econômicos e geopolíticos para o Brasil

Mercado Financeiro21 minutos atrás6 pontos de vista

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O aumento das tensões comerciais entre China e Estados Unidos colocou as terras raras no centro do debate mundial, mas os números indicam que esse mercado continua restrito e repleto de incertezas para o Brasil.

Domínio chinês

A China responde por mais de 90% da produção global de ímãs de terras raras, componentes usados em smartphones, veículos elétricos, turbinas eólicas e equipamentos militares. Desde 2019, o governo chinês limita a exportação desses minerais e das tecnologias associadas, submetendo o setor a rígido controle estatal. As restrições foram intensificadas na semana retrasada.

Tamanho do negócio

O valor anual das vendas de ímãs de terras raras gira em torno de US$ 10 bilhões, dos quais os ímãs representam cerca de 80%. O montante é inferior à receita obtida pelo Brasil com a exportação de café, equivale a um terço da venda externa de minério de ferro e a um quarto das receitas com petróleo.

Dificuldades no Ocidente

Empresas ocidentais enfrentam dificuldades para obter lucro no segmento. Nos Estados Unidos, o Departamento de Defesa tornou-se o principal acionista da única companhia capaz de controlar toda a cadeia produtiva, oferecendo subsídios para assegurar o abastecimento de insumos estratégicos.

Perspectivas brasileiras

Estudos indicam que o Brasil possui reservas relevantes de terras raras. Desde 2014, um programa nacional de pesquisa trabalha no desenvolvimento de técnicas para separar os elementos extraídos e fabricar ímãs. Empresas dos Estados Unidos e da Austrália já atuam, ou planejam atuar, na exploração local, com foco inicial na exportação do concentrado.

Transformar o concentrado em produtos industrializados é complexo: a construção de cada unidade de separação exige de três a cinco anos e investimentos entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões. Fábricas estão em fase de implantação em países desenvolvidos, mas a China ainda pode reduzir preços e inviabilizar concorrentes.

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Imagem: redir.folha.com.br

Riscos e alternativas

Especialistas apontam que o negócio envolve altos riscos econômicos e geopolíticos. A limitação chinesa tende a estimular pesquisas em reciclagem e em tecnologias substitutas, o que pode alterar a demanda atual.

Opções para o país

Analistas defendem que o Brasil continue atraindo investimentos para a extração e busque alianças internacionais, sem descuidar de outras áreas da mineração consideradas mais promissoras, como níquel, lítio, cobalto, nióbio, cobre, manganês e grafite.

Apesar do potencial ainda inexplorado, especialistas alertam que as terras raras não constituem, por si só, uma “mina de ouro” para a economia brasileira.

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