NOVA YORK — A Meta Platforms Inc. passou a negociar eletricidade nos Estados Unidos com o objetivo de acelerar a construção de usinas e assegurar o fornecimento exigido por seus sistemas de inteligência artificial.
Segundo Urvi Parekh, diretora global de energia da companhia, investidores e desenvolvedores relatam falta de compradores dispostos a assumir compromissos iniciais e de longo prazo, condição necessária para viabilizar novos empreendimentos de geração. “Sem que a Meta adote uma postura mais ativa para ampliar a capacidade do sistema, isso não acontece na velocidade que desejamos”, afirmou.
A comercialização de eletricidade oferece à empresa flexibilidade para fechar acordos extensos. Modelos do tipo take-or-pay permitem que a Meta compre grandes volumes de energia de novas usinas; se seus data centers consumirem menos que o previsto, o excedente pode ser revendido no mercado atacadista.
Garantir suprimento estável tornou-se prioridade para gigantes de tecnologia como Meta, Microsoft e Google, cujos projetos de IA demandam alto consumo elétrico. No caso da Meta, o complexo de data centers em construção na Louisiana exige que a concessionária Entergy Corp. erga pelo menos três usinas termelétricas a gás para atender à futura carga.
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O avanço da Meta na negociação de energia sinaliza mudanças rápidas no mercado norte-americano, avalia Ben Hertz-Shargel, da consultoria Wood Mackenzie. “Há uma ruptura entre oferta e demanda, com os maiores atores atuando nos dois lados. Para coordenar o crescimento, grandes compradores precisam apoiar ativamente a expansão da oferta”, disse.
Para utilities, compromissos firmes de longo prazo reduzem riscos financeiros e destravam investimentos em novas instalações, enquanto empresas de tecnologia obtêm segurança para suas operações de alta potência.