A Meta informou nesta sexta-feira que, a partir do início do próximo ano, pais e responsáveis poderão desativar conversas privadas entre adolescentes e os personagens de inteligência artificial disponibilizados nas plataformas da companhia. A medida surge após questionamentos sobre chatbots que apresentavam comportamento considerado “flertador”.
Segundo a empresa, o novo recurso permitirá bloquear personagens específicos de IA e acessar temas gerais abordados pelos jovens com esses chatbots e com o assistente Meta AI, sem necessidade de suspender totalmente o acesso às ferramentas de inteligência artificial. Mesmo com a restrição a chats individuais, o assistente continuará disponível com configurações adequadas à faixa etária.
“A tecnologia não substitui o pensamento crítico, as conexões reais nem a interação humana”, destacou a companhia em comunicado, defendendo que a IA pode complementar métodos tradicionais de aprendizado quando há proteções adequadas.
A Meta afirma que os personagens de IA foram projetados para evitar diálogos inadequados com menores sobre temas como automutilação, suicídio ou distúrbios alimentares. No início da semana, a empresa já havia anunciado que as experiências de IA oferecidas a adolescentes seguiriam parâmetros inspirados na classificação etária PG-13 do cinema, restringindo conteúdos impróprios.
A companhia também utiliza sistemas de inteligência artificial para identificar usuários que se passam por adultos e aplicar as salvaguardas voltadas ao público adolescente. “Sabemos que os jovens podem tentar burlar essas proteções”, afirmou a Meta.
Imagem: Landon Mion FOXBusiness via foxbusiness.com
Em setembro, um relatório apontou falhas em ferramentas de segurança do Instagram e registrou que alguns chatbots se engajaram em conversas de teor romântico ou sensual, ampliando a pressão de pais e especialistas por mudanças.
As novas opções de supervisão estarão disponíveis primeiro no Instagram, a partir do início de 2025, nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália. A Meta reforçou que continuará atualizando suas barreiras de proteção: “A IA evolui rapidamente, e precisaremos adaptar e fortalecer nossos recursos, ouvindo as preocupações de pais e responsáveis”.