Miami registrou em julho a maior proporção de imóveis retirados do mercado entre todas as grandes praças dos Estados Unidos, de acordo com o relatório mensal do portal Realtor.com. Para cada 100 novos anúncios publicados, 59 foram cancelados, quase o dobro do índice observado em maio, quando a marca era de 27 para cada 100.
Especialistas locais interpretam o movimento como uma pausa estratégica, e não como sinal de enfraquecimento da demanda. “Os proprietários preferem esperar até o outono, quando tradicionalmente a procura aumenta no sul da Flórida”, explicou Joe Azar, diretor da Douglas Elliman em Miami.
Segundo Azar, a decisão de retirar imóveis da vitrine virtual envolve três fatores principais:
Azar citou o caso de um apartamento avaliado em US$ 6 milhões em Coconut Grove. O dono retirou o anúncio para realizar melhorias, trocar eletrodomésticos e relistar a unidade no último trimestre do ano.
Com menos imóveis disponíveis, a oferta se contrai e pode aumentar a sensação de urgência entre compradores que permanecem ativos. “Se há interessados procurando, a escassez tende a direcionar a atenção para as residências que continuam listadas”, afirmou o executivo.
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Mesmo com a pausa de parte dos vendedores, a cidade segue atraindo adquirentes de Nova York, Califórnia, Chicago e de outros países, impulsionados por benefícios fiscais, estilo de vida e mudanças corporativas para a Flórida.
Na avaliação de Azar, esses fatores sustentam projeções positivas para o mercado local nos próximos seis meses, apesar da atual onda de retiradas de anúncios.