Minerva e Jalles Machado são as mais expostas à tarifa de 50% dos EUA, aponta BTG Pactual

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O BTG Pactual avalia que a nova tarifa norte-americana de 50% sobre importações brasileiras afetará principalmente carne bovina, etanol, açúcar orgânico e café, apesar de parte dos produtos do país ter ficado isenta da medida anunciada em 31 de julho de 2025.

Carne bovina sob pressão

No caso da carne bovina, a alíquota, que já era de 26% para volumes acima da cota anual de 65 mil toneladas, subirá para 50%, tornando inviáveis muitas exportações. Entre as empresas listadas, a Minerva (BEEF3) desponta como a mais exposta, pois cerca de 5% de sua receita depende do mercado norte-americano. Segundo o banco, a diversificação geográfica da companhia deve atenuar parte do impacto, mas parte da produção precisará ser redirecionada a destinos de menor valor, pressionando os preços médios.

Ethanol perde competitividade

Para o etanol, a tarifa passará de 12% para 50%. Atualmente, os Estados Unidos representam 16% das exportações brasileiras do biocombustível — participação bem menor que os mais de 60% registrados cinco anos atrás. O consumo no país tende a se manter devido aos mandatos de mistura, com o aumento de custo repassado aos consumidores locais.

Açúcar orgânico afeta Jalles Machado

O relatório também destaca o impacto sobre o açúcar orgânico. Aproximadamente 50% das exportações orgânicas da Jalles Machado (JALL3) têm como destino os EUA, equivalendo a cerca de 5% da receita total da companhia. Em cenário conservador, o banco estima um efeito negativo potencial de 3% no Ebitda do exercício de 2026.

Café redirecionado ao mercado interno

Os Estados Unidos absorveram 16% das exportações brasileiras de café nos últimos 12 meses. Com a nova tarifa, parte desse volume deve ser direcionada ao mercado doméstico, o que tende a pressionar os preços internos. Para a Camil (CAML3), que atua como distribuidora, o BTG projeta impacto limitado sobre as margens.

Imagem: Gustavo R via moneytimes.com.br

A decisão norte-americana de não conceder isenção para carne bovina e café surpreendeu analistas, visto o peso desses itens no consumo doméstico dos EUA. No geral, porém, o banco ressalta que a exposição brasileira ao mercado norte-americano permanece restrita.

Com informações de Money Times