São Paulo, 3 de setembro de 2025 – O contrato futuro do Ibovespa para outubro (WINV25) encerrou o pregão desta quarta-feira em baixa de 0,49%, aos 141.800 pontos, registrando a terceira sessão consecutiva de perdas. O dólar futuro com vencimento no mesmo mês também recuou, caindo 0,36% e fechando a R$ 5,4855.
A desvalorização do petróleo no mercado internacional, o desempenho misto dos índices em Nova York e a atenção ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) influenciaram o humor dos investidores.
Analistas do BTG Pactual alertaram mais cedo que a recente alta do Ibovespa futuro pode se inverter caso o ativo volte a operar abaixo da média móvel de 200 períodos, situada em 139.300 pontos. As médias de 21 e 50 períodos já se aproximam, indicando possível mudança de tendência.
No cenário doméstico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou queda de 0,2% da produção industrial em julho, na comparação mensal. Para o planejador financeiro Marcelo Bolzan, sócio da The Hill Capital, o resultado reflete os efeitos da política monetária contracionista, com a taxa básica de juros em torno de 15% ao ano.
O segundo dia de julgamento de Jair Bolsonaro pela Primeira Turma do STF também ficou no radar. O advogado de defesa, Celso Vilardi, argumentou que o ex-presidente não atentou contra o Estado Democrático de Direito após as eleições de 2022.
Em Wall Street, os principais índices fecharam sem direção única diante da expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed). Investidores acompanharam ainda o recurso apresentado pelo presidente Donald Trump contra a decisão que reverteu tarifas comerciais.
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O relatório Jolts mostrou que as vagas de emprego em aberto nos Estados Unidos caíram para 7,18 milhões em julho, abaixo da previsão de 7,37 milhões, sugerindo arrefecimento do mercado de trabalho. Dirigentes do Fed reforçaram a possibilidade de afrouxamento monetário: Christopher Waller declarou à CNBC que pode apoiar cortes já em setembro, enquanto Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, defendeu redução de 0,25 ponto percentual até dezembro.
O movimento do dólar futuro no Brasil acompanhou o índice DXY, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a seis divisas fortes. Às 17h, o DXY recuava 0,21%, aos 98.183 pontos.
Analistas destacaram que a média móvel de 21 períodos, em 5.490 pontos, serve como suporte dinâmico para o dólar futuro. Para confirmar a continuidade da tendência de alta, seria necessário romper o topo em 5.540 pontos, o que poderia acionar pivô de alta com alvo em 5.610.
As negociações foram encerradas sem que a queda dos juros projetada nos Estados Unidos conseguisse impulsionar o mini-índice brasileiro.