O contrato futuro do Ibovespa para outubro (WINV25) encerrou a sessão desta terça-feira, 2 de outubro de 2025, com queda de 1,03%, aos 144.700 pontos. O recuo refletiu a maior aversão ao risco provocada pelas incertezas fiscais no Brasil e pela paralisação parcial do governo dos Estados Unidos.
Durante o pregão, o índice tocou a média móvel de 200 períodos, localizada em 145.740 pontos, nível considerado suporte relevante pelos analistas do BTG Pactual.
De acordo com o relatório do banco, a tendência continua de baixa no curto e no médio prazo. Para confirmar uma retomada de alta no longo prazo, o contrato precisaria voltar a negociar acima de 147.000 pontos e romper a resistência perto de 148.000 pontos.
O dólar futuro com vencimento em outubro subiu 0,34%, fechando a R$ 5,379. A cotação permaneceu próxima da média móvel de 200 períodos, calculada em R$ 5,370. Segundo a análise, superar esse patamar não alteraria a tendência principal de baixa, mas abriria espaço para uma recuperação tática até cerca de R$ 5,400.
No exterior, o índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis moedas, avançava 0,16%, para 97.868 pontos.
Imagem: Equipe Money Times via moneytimes.com.br
Nos Estados Unidos, a paralisação do governo federal iniciada em 1º de outubro continua no centro das atenções e deve adiar a divulgação de indicadores-chave, como o payroll, previsto inicialmente para quinta-feira (3).
No cenário doméstico, a deterioração fiscal foi apontada pelo diretor de análise da Zero Markets Brasil, Marcos Praça, como principal fator para a alta do dólar futuro e a queda do mini-índice. Entre as medidas em discussão estão a possível gratuidade total das tarifas de ônibus e mudanças no Imposto de Renda — isenção para salários de até R$ 5 mil, desconto para rendas de até R$ 7,3 mil e criação de alíquota de 10% para contribuintes de renda mais elevada.
Analistas destacam que, além do impacto imediato sobre as contas públicas, o mercado também avalia a influência dessas propostas no cenário eleitoral de 2026.