Brasília, 29 jul. 2025 – Integrantes do governo reagiram nesta terça-feira (29) à pressão de políticos e empresários para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefone a Donald Trump na tentativa de barrar a sobretaxa de 50% anunciada pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que conversas entre chefes de Estado “não são telemarketing” e só devem ocorrer se houver sinal claro de abertura por parte do ex-presidente americano. “Uma ligação desse nível precisa ter propósito definido”, disse.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou que iniciativas desse tipo seguem protocolos diplomáticos rígidos. Ele recordou episódios em que Trump constrangeu convidados na Casa Branca e informou que canais de diálogo estão sendo “desobstruídos”. Segundo Haddad, a equipe econômica já apresentou a Lula planos de contingência caso a tarifa de 50% entre em vigor.
Apesar do clima de apreensão, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, declarou que produtos não fabricados no país, como manga, cacau e café, podem ter tarifa zero, comentário visto pelo Planalto como sinal positivo. O Brasil também tenta retirar do pacote de sobretaxas itens específicos, entre eles aeronaves da Embraer.
A edição desta quarta-feira (30) do podcast Café da Manhã, do jornal Folha de S.Paulo, discute se Lula deve ou não ligar para Trump e de que forma a conversa poderia ocorrer. O convidado é Philip Yang, senior fellow do Centro Brasileiro de Relações Internacionais e ex-diplomata com passagens por Pequim e Washington.
Imagem: redir.folha.com.br
O programa está disponível no Spotify e é apresentado pelas jornalistas Magê Flores e Gustavo Simon, com produção de Laura Lewer e Lucas Monteiro. A edição de som é de Thomé Granemann. O Café da Manhã vai ao ar de segunda a sexta-feira, logo no início do dia.
Com informações de Folha de S.Paulo