A farmacêutica suíça Novartis fechou acordo para comprar a norte-americana Avidity Biosciences por US$ 12 bilhões (cerca de R$ 64,7 bilhões), na maior aquisição realizada pela companhia em mais de dez anos.
Pelos termos anunciados nesta segunda-feira (data conforme artigo original), a Novartis pagará US$ 72 (R$ 388) por ação, valor que representa prêmio de 46% sobre o fechamento da última sexta-feira. A operação atribui à Avidity um valor empresarial de aproximadamente US$ 11 bilhões (R$ 59,3 bilhões).
O presidente-executivo da Novartis, Vas Narasimhan, afirmou que dois dos três candidatos a medicamento em fase avançada da Avidity podem alcançar receitas anuais de “muitos bilhões de dólares”, enquanto o terceiro tem expectativa de gerar entre US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) e US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões) em seu pico.
Segundo o executivo, os produtos destinados ao tratamento de distrofias musculares são um “encaixe estratégico completo”, pois a empresa já comercializa terapias para doenças neuromusculares, como o gene-terápico Zolgensma para atrofia muscular espinhal, podendo usar a mesma força de vendas.
A Novartis projeta que a aquisição eleve sua taxa composta de crescimento anual de 5% para 6% no período de 2024 a 2029. Por outro lado, a margem de lucro deverá sofrer diluição de 1 a 2 pontos percentuais nos próximos anos. As metas financeiras para 2025 permanecem inalteradas.
Como parte do acordo, a Avidity irá desmembrar seus programas cardiovasculares em uma nova empresa independente.
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Em setembro, a Avidity divulgou dados positivos de estudos de fase intermediária para seu principal composto, Del-zota, terapia baseada em RNA. A companhia pretende solicitar aprovação regulatória até o fim do ano.
A compra da Avidity se soma a outras movimentações recentes da Novartis. No mês passado, a empresa desembolsou US$ 1,4 bilhão (R$ 7,5 bilhões) pela Tourmaline Bio, dedicada a doenças cardiovasculares. Em 2025, adquiriu a Anthos Therapeutics por até US$ 3,1 bilhões (R$ 16,7 bilhões) e fechou acordo de até US$ 1,7 bilhão (R$ 9,1 bilhões) pela Regulus Therapeutics, focada em enfermidades renais. A companhia também firmou parceria de até US$ 5,2 bilhões (R$ 28 bilhões) com a chinesa Argo Biopharma para um fármaco cardiovascular.
Com caixa líquido robusto e a proximidade do vencimento de patentes de medicamentos líderes no início da década de 2030, a Novartis busca acelerar o lançamento de novos produtos antes de 2030 para sustentar o crescimento entre 2030 e 2040.
O negócio, ainda sujeito às aprovações regulatórias habituais, marca a aposta mais alta da Novartis em biotecnologia desde 2010.