Novas exigências do FGC reduzem rendimento dos CDBs e afastam ofertas de 120% do CDI

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As mudanças aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) já se refletem nas emissões de Certificados de Depósito Bancário. Levantamento da Quantum Finance mostra que, em agosto, nenhum CDB pós-fixado foi lançado com pagamento superior a 107% do CDI; em julho, havia papéis oferecendo entre 109% e 120% do CDI.

Impacto imediato nas taxas

A remuneração média dos títulos com vencimento em três meses recuou de 100,40% para 99,92% do CDI. Nos papéis de 24 meses, a média caiu de 99,61% para 99,07% do CDI.

Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, atribui o movimento à combinação de perspectiva de queda da Selic e ao aumento do custo de captação gerado pelas novas regras do FGC. A alteração mais sensível eleva de 0,01% para 0,02% a contribuição adicional dos bancos que captam 60% ou mais de seus recursos em produtos cobertos pelo fundo — antes, o gatilho era de 75%.

Para o especialista, a medida deve tornar cada vez mais raras as emissões que pagavam 115% ou 120% do CDI.

Menos atrativos que o CDI

Os CDBs lançados em agosto com prazos de 3, 6 e 24 meses pagaram, em média, menos que o próprio CDI. Victor Furtado, head de Alocação da W1 Capital, avalia que, nessas condições, aplicações como Tesouro Selic ou fundos DI sem taxa de administração tendem a ser preferíveis para o investidor conservador.

Quem pagou mais em agosto

Entre os pós-fixados emitidos no mês, o maior retorno em cada vencimento foi:

  • 3 meses: 105,00% do CDI – Banco Pine;
  • 6 meses: 103,00% do CDI – Banco Inter;
  • 12 meses: 106,30% do CDI – Banco C6;
  • 24 meses: 107,00% do CDI – Qista Crédito, Financiamento e Investimento;
  • 36 meses: 104,50% do CDI – BR Partners Banco de Investimento.

CDBs atrelados à inflação ganham espaço

Os títulos indexados ao IPCA dominaram o mercado em agosto: 356 emissões, ante 287 pós-fixadas e 77 prefixadas. Gabriel Santos, especialista de investimentos da Bloxs, afirma que a preferência reflete o desejo de preservar poder de compra num cenário de incertezas fiscais.

Rendimentos médios dos CDBs de inflação emitidos no mês:

  • 12 meses: IPCA + 9,59% (mín. 8,90%; máx. 9,99%) – maior taxa: Banco ABC Brasil;
  • 24 meses: IPCA + 8,13% (mín. 7,63%; máx. 8,70%) – maior taxa: Haitong Brasil;
  • 36 meses: IPCA + 7,72% (mín. 7,06%; máx. 8,36%) – maior taxa: Haitong Brasil.

Prefixados de longo prazo

Nos CDBs prefixados, as emissões de até três anos ofereceram entre 12,77% e 14,40% ao ano, com média de 13,41%. Para Furtado, o patamar é historicamente alto diante do ciclo de redução da Selic, mas exige que o investidor carregue o papel até o vencimento para evitar oscilações de mercado.

Taxas máximas registradas em agosto:

  • 3 meses: 14,94% ao ano – Stellantis Financiamento;
  • 6 meses: 14,74% ao ano – Banco ABC Brasil;
  • 12 meses: 14,75% ao ano – Sinosserra Financeira;
  • 24 meses: 13,31% ao ano – Haitong Brasil;
  • 36 meses: 14,40% ao ano – Sinosserra Financeira.

Belitardo lembra que a atratividade dos prefixados depende de cortes de juros ocorrerem no ritmo esperado e de a inflação permanecer controlada; caso contrário, o ganho real diminui.

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