Novo presidente dos Correios planeja substituir diretores ligados ao PT e manter indicações do centrão

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O recém-empossado presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon, prepara mudanças na diretoria-executiva da estatal como parte de um plano de reestruturação que inclui um empréstimo de R$ 20 bilhões com garantia do Tesouro Nacional.

Mudanças na cúpula

Deixarão seus cargos Juliana Picoli Agatte (Governança e Estratégia), Getúlio Marques Ferreira (Gestão de Pessoas) e Sérgio Kennedy Soares Freitas (Operações). Agatte e Ferreira são ligados ao PT, enquanto Freitas foi indicado pelo Podemos.

Os substitutos serão Luiz Cláudio Ligabue, ex-executivo do Banco do Brasil; Natália Teles da Mota, atual diretora-executiva da Enap (Escola Nacional de Administração Pública); e José Marcos Gomes, que comandou a superintendência dos Correios em São Paulo durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

O mandato de todos os diretores venceu em 6 de agosto de 2025, mas o estatuto da companhia permite a permanência até a nomeação de novos titulares.

Diretores que permanecem

Duas indicações do União Brasil devem continuar: José Rorício de Vasconcelos Júnior (Administração) e Hilton Maia Cardoso (Negócios). A diretora econômico-financeira, Loiane Bezerra de Macedo, também seguirá no cargo.

Gestão técnica

Em sua primeira coletiva, na quarta-feira, 15, Rondon afirmou que adotará uma condução “técnica” e disse ter recebido dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) liberdade para formar a equipe. Mesmo assim, a escolha dos novos nomes vem sendo discutida com a pasta das Comunicações, à qual os Correios são vinculados.

Siqueira Filho chegou ao ministério por articulação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Dentro da estatal, a manutenção de diretores apadrinhados pelo partido é vista como sinal contrário ao discurso de profissionalização.

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Imagem: redir.folha.com.br

Plano de reestruturação

O pacote prevê um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV), venda de imóveis, renegociação de contratos e busca por receitas adicionais. A expectativa é que as medidas permitam à empresa voltar ao lucro em 2027.

Rondon não detalhou metas de corte de despesas ou de aumento de receitas, alegando que os números ainda são negociados com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e instituições privadas — BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil — envolvidas na operação financeira.

O novo empréstimo funcionará, segundo o presidente, como “ponte” para sanear o caixa, financiar o PDV, quitar compromissos com fornecedores e pagar um crédito anterior de R$ 1,8 bilhão, cujas parcelas vencem entre janeiro e junho de 2026.

Situação financeira

Os Correios registraram prejuízo de R$ 2,64 bilhões no segundo trimestre de 2025, quase cinco vezes o resultado negativo de igual período de 2024 (R$ 553,2 milhões). No primeiro semestre, o rombo chegou a R$ 4,37 bilhões, ante R$ 1,35 bilhão nos seis primeiros meses do ano passado.

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