Nvidia ultrapassa US$ 5 trilhões em valor de mercado e concentra peso inédito nos índices dos EUA

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A Nvidia tornou-se, na semana passada, a primeira empresa a registrar valor de mercado de US$ 5 trilhões, feito que eleva o poder de influência da fabricante de chips sobre Wall Street e sobre a indústria de tecnologia.

Peso sem precedentes

Com a nova avaliação, a companhia responde por 8,5% do S&P 500 — fatia superior à soma das 240 menores integrantes do índice. Segundo o analista Howard Silverblatt, da Standard & Poor’s, esse nível provavelmente é o maior já alcançado por uma única ação no indicador.

O valor de mercado da empresa também supera os das bolsas da Holanda, Espanha, Emirados Árabes Unidos e Itália combinadas. No ranking mundial, apenas os mercados de Estados Unidos, China, Japão, Hong Kong e Índia continuam maiores que a Nvidia.

Motor dos ganhos desde 2023

Desde o início de 2023, os papéis da Nvidia lideram a alta das bolsas norte-americanas, impulsionando retornos a investidores e acrescentando bilhões de dólares ao patrimônio do diretor-presidente Jensen Huang. O executivo possui cerca de 3,5% da companhia e viu sua fortuna atingir US$ 176 bilhões, após aumento de mais de US$ 60 bilhões somente em 2025, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg.

Demanda por inteligência artificial

A aposta global em inteligência artificial sustenta a expansão da empresa. Microsoft, Amazon, Meta e Google planejam elevar os investimentos em IA, e a expectativa é que os gastos de capital combinados dessas gigantes subam 34%, para aproximadamente US$ 440 bilhões nos próximos 12 meses.

Esse fluxo de recursos ajuda a explicar a projeção de receita da Nvidia: US$ 285 bilhões no próximo ano fiscal, saltando em relação aos US$ 11 bilhões registrados em 2020.

Debate sobre bolha

O ritmo de valorização alimenta discussões sobre uma possível bolha. Em apresentação recente, Jensen Huang minimizou o risco de excessos, enquanto o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou não ver paralelos com a era das pontocom do fim dos anos 1990.

Imagem: redir.folha.com.br

Crescimento ainda acelerado

Mesmo depois de dois anos em que o faturamento avançou 126% e 114%, respectivamente, a Nvidia deve crescer quase 60% no exercício atual — muito acima da média de 6% observada em empresas do S&P 500 com vendas superiores a US$ 100 bilhões. Para efeito de comparação, as estimativas de alta de receita para Microsoft e Apple são de 15% e 6,2%.

Visões de analistas

O mercado mantém visão amplamente favorável: 91% dos especialistas que cobrem o papel recomendam compra. O analista Frank Lee, do HSBC, elevou o preço-alvo para US$ 230, o que corresponderia a capitalização próxima de US$ 8 trilhões.

Entre as vozes discordantes está Jay Goldberg, da Seaport Global Securities, que mantém recomendação de venda desde abril e preço-alvo de US$ 100. Apesar disso, as ações mais que dobraram de valor no período.

Negócios recentes

Na semana passada, a Nvidia anunciou acordos de fornecimento de tecnologia com Nokia, Samsung e Hyundai, reforçando o avanço em diferentes setores antes da divulgação de resultados prevista para meados de novembro.

Matt Miskin, coestrategista-chefe de investimentos da Manulife John Hancock Investments, avalia que a concentração atual “pode recuar em algum momento”, mas lembra que, por enquanto, as empresas no centro da corrida por IA exibem desempenho de lucros superior ao restante do mercado.