Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (11) que a ofensiva contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) que envolveu bancos e fintechs deverá expor informações que ainda não vieram a público.
“Realizamos a mais importante operação contra o crime organizado da história deste país e ela vai chegar à Faria Lima. Vai encontrar coisas que não apareceram”, disse Lula em entrevista à Band, ao destacar a presença da facção em diversos setores da economia.
Em 28 de agosto, foram deflagradas três ações paralelas para desarticular a infiltração do PCC em negócios formais:
As operações mobilizaram 1.400 agentes e cumpriram mandados de busca, apreensão e prisão em empresas do ramo de combustíveis e do mercado financeiro utilizadas pela organização criminosa.
Quasar e Tank tiveram alvos em dez estados: São Paulo, Bahia, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins.
Com a investida, fintechs já reguladas pelo Banco Central — exceto aquelas de movimentação financeira muito reduzida — passam agora a comunicar suas transações à Receita Federal, medida que, segundo o governo, fortalece o combate à lavagem de dinheiro.
Imagem: redir.folha.com.br
A declaração do presidente ocorreu depois de questionamentos sobre o projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5.000. Lula garantiu que a proposta não gerará desequilíbrio fiscal e criticou a reação do sistema financeiro. “Os banqueiros ficam nervosos quando anunciamos um benefício para o pobre”, afirmou.
No início da semana, em Manaus, Lula já havia comemorado o avanço das investigações, dizendo que “finalmente alcançaram o andar de cima” e classificando as organizações criminosas como “multinacionais entranhadas em diversos setores da sociedade”.
A operação segue em andamento, e as autoridades indicam que novos desdobramentos devem ser divulgados nas próximas semanas.