O preço do ouro quebrou um marco histórico nesta terça-feira, 7 de outubro de 2025, ao atingir US$ 4.005,80 por onça nos contratos futuros, superando pela primeira vez o patamar de US$ 4 mil. A cotação acumula valorização de mais de 50% desde o início do ano.
A escalada é atribuída ao aumento da procura por ativos considerados porto seguro, diante da combinação de volatilidade geopolítica, incerteza econômica global e inflação persistente.
A instabilidade nos mercados foi acentuada pelas políticas econômicas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que elevaram as tensões comerciais e geraram questionamentos sobre a independência do Federal Reserve (Fed).
Em setembro, o banco central norte-americano reduziu os juros, movimento que diminuiu a atratividade dos títulos de dívida do país. O mercado projeta mais dois cortes nas taxas até o fim do ano, cenário que sustenta a valorização do metal precioso no curto prazo.
Além de investidores individuais, bancos centrais de diferentes nações vêm reforçando suas reservas de ouro para se proteger de possíveis sanções dos EUA e de oscilações cambiais, segundo a rede CNBC.
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O bilionário Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, sugeriu durante o Greenwich Economic Forum, em Connecticut, que os investidores mantenham cerca de 15% de seus portfólios em ouro, argumentando que títulos públicos deixaram de ser uma reserva de valor eficiente.
Embora o sentimento predominante seja de alta, o Bank of America recomendou cautela. Em relatório divulgado na véspera, a instituição alertou para o risco de que o metal entre em fase de consolidação ou correção no quarto trimestre, indicando possível exaustão da tendência de valorização.