Washington – O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, declarou neste domingo (23) que o shutdown de 43 dias do governo federal provocou um impacto econômico permanente estimado em US$ 11 bilhões.
Durante entrevista ao programa “Meet the Press”, da NBC, Bessent afirmou que a paralisação, que se estendeu além de outubro, prejudicou a coleta dos dados de inflação ao consumidor pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS). Em consequência, a divulgação oficial do índice referente ao mês passado foi suspensa.
Apesar das perdas, o secretário se mostrou confiante nas perspectivas de crescimento para o próximo ano, atribuindo o otimismo à redução das taxas de juros e aos efeitos dos cortes de impostos. Ele reconheceu que setores sensíveis aos juros, como o mercado imobiliário, já estão em recessão, mas descartou risco de retração para toda a economia.
Bessent responsabilizou o setor de serviços — e não as tarifas de importação adotadas pelo presidente Donald Trump — pela pressão inflacionária. O secretário disse esperar que a queda recente nos preços de energia contribua para um recuo mais amplo dos preços.
O governo vem enfatizando o custo de vida nas últimas semanas, depois de derrotas republicanas em pleitos estaduais e locais e da queda dos índices de aprovação de Trump, que atingiram 38% em levantamento Reuters/Ipsos.
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Mesmo diante de dados que indicam desaceleração da atividade industrial, Bessent manteve tom otimista. Pesquisa de sentimento da Universidade de Michigan, divulgada na sexta-feira anterior, apontou insatisfação dos consumidores com preços mais altos.
“Estou muito, muito otimista em relação a 2026. Preparamos o terreno para uma economia de crescimento forte e não inflacionário”, disse o secretário.
Segundo Bessent, em outubro os preços de energia recuaram e as vendas de imóveis residenciais avançaram. A inflação anual está em 3%, percentual que o governo pretende reduzir. Ele acrescentou que a taxa inflacionária foi 0,5 ponto percentual maior nos estados governados por democratas do que nos administrados por republicanos, atribuindo a diferença a um volume maior de regulamentação.