Paralisação do governo adia dados oficiais do PIB; modelos do Fed apontam crescimento no 3º trimestre

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A paralisação parcial do governo dos Estados Unidos, iniciada em 1º de outubro, impediu a divulgação da estimativa preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que seria apresentada na quinta-feira pela Bureau of Economic Analysis (BEA), órgão do Departamento de Comércio.

Com funcionários considerados não essenciais afastados, a BEA não conseguiu compilar o relatório. O mesmo problema afetou o Bureau of Labor Statistics, que não publicou o relatório de empregos de setembro. A agência, porém, reativou temporariamente parte da equipe para liberar o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de setembro, necessário para o cálculo do ajuste anual do custo de vida da Previdência Social.

Estimativas alternativas do Federal Reserve

Sem o dado oficial, dois bancos regionais do Federal Reserve divulgaram projeções baseadas em modelos de nowcast:

• Federal Reserve Bank de Atlanta – O modelo GDPNow, em 27 de outubro, estimou crescimento real de 3,9% para o terceiro trimestre.
• Federal Reserve Bank de Nova York – A previsão da equipe técnica, em 31 de outubro, apontou expansão de 2,35%, com 50% de probabilidade de o resultado ficar entre 1,32% e 3,41%.

Os números do Departamento de Comércio divulgados anteriormente mostraram retração de 0,5% no primeiro trimestre e alta de 3,8% no segundo, resultando em crescimento anualizado de 1,66% no primeiro semestre. Caso a estimativa de 3,9% do Fed de Atlanta se confirme, o avanço acumulado nos três primeiros trimestres de 2025 chegaria a 2,4%. Se prevalecer a projeção de 2,35% do Fed de Nova York, o ganho seria de 1,88% no período.

Imagem: Eric Revell FOXBusiness via foxbusiness.com

Impacto mais amplo da paralisação

Em audiência recente, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, comparou a falta de dados oficiais a “dirigir no nevoeiro” para quem formula política monetária. Já o CEO do Bank of America, Brian Moynihan, alertou que o impasse está retardando negociações, congelando ofertas públicas iniciais (IPOs) e ameaçando empregos.

Republicanos e democratas continuam sem acordo sobre o orçamento federal, e não há previsão para o fim da paralisação, condição necessária para a retomada dos relatórios econômicos regulares.