De 2019 a agosto de 2025, o número de municípios com atuação de empresas privadas em serviços de água e esgoto saltou 525%, atingindo 1.820 cidades, o equivalente a 32,7% do total do país. Os dados constam de levantamento da Abcon-Sindcon (Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto).
Segundo a entidade, os processos de concessão e privatização acelerados pelo marco legal do saneamento, sancionado em 2020, foram decisivos para a expansão. A Abcon projeta que, até 2026, a participação privada alcance metade dos municípios brasileiros, chegando a 2.766 localidades por meio de concessões plenas ou parcerias público-privadas (PPPs).
O cronograma inicial previa atingir essa marca em 2025, mas o adiamento de licitações em estados como Pernambuco e Rondônia empurrou a meta para o ano seguinte.
Atualmente, 27 projetos estão em fase de preparação, com investimentos estimados em R$ 73,5 bilhões e cobertura de 945 municípios. Desde a aprovação do marco legal, foram realizados 60 leilões que contrataram R$ 181,6 bilhões em aportes para o setor.
Dos contratos em vigor:
As cidades atendidas por operadores privados concentram 52% da população brasileira, embora áreas rurais e assentamentos irregulares nem sempre estejam incluídos nos contratos.
Entre 2019 e 2023, a rede de água ganhou 142,3 mil quilômetros de tubulações, crescimento de 21%. No mesmo período, a rede de esgoto foi ampliada em 55,3 mil quilômetros, alta de 16%.
Imagem: redir.folha.com.br
Em 2023, os investimentos totais no setor alcançaram R$ 24,7 bilhões, o maior patamar já registrado e 5,2% acima do volume de 2022 em termos reais. Desde o início do marco legal, o acumulado de recursos aplicados soma R$ 84 bilhões.
A fatia privada nesses aportes subiu de 15,1% em 2020 para 27,3% em 2023. De acordo com a Abcon, o investimento por ligação realizado pelas concessionárias sem controle estatal é 75% superior à média nacional.
O levantamento revela que 3.814 municípios (68% do total) já possuem contratos que contemplam as metas de universalização estabelecidas para 2033: 99% de acesso à água potável e 90% de coleta e tratamento de esgoto.
Os editais buscam atrair capital privado para acelerar a expansão dos serviços e cumprir os prazos de universalização fixados pela legislação.