A sexta-feira, 5 de setembro, chega com agenda econômica enxuta, mas carregada de expectativas. No exterior, investidores voltam as atenções ao relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, previsto para 9h30 (horário de Brasília). No Brasil, o desdobramento do caso Banco Master continua a gerar preocupação.
Ao longo da semana, vários indicadores trabalhistas já sugeriram redução do ritmo de contratação nos Estados Unidos. O relatório Jolts apontou diminuição no número de vagas em aberto, enquanto a pesquisa ADP registrou criação de postos no setor privado abaixo das projeções do mercado.
O Federal Reserve vinha demonstrando cautela em relação ao aquecimento do mercado de trabalho por considerar que essa pressão poderia sustentar a inflação. A sequência de dados mais fracos reforça a leitura de que a economia pode estar esfriando, o que abriria espaço para corte de juros em prazo mais curto. O payroll desta sexta-feira é visto como peça-chave para confirmar — ou não — essa possibilidade.
No cenário doméstico, os holofotes seguem sobre o Banco Master. A decisão do Banco Central de vetar a compra da instituição pelo Banco de Brasília (BRB) deixou o grupo controlado por Daniel Vorcaro com alternativas limitadas. Especialistas ouvidos pelo Valor Econômico avaliam que, sem um novo comprador ou nova proposta em poucos dias, o banco pode enfrentar intervenção e, no limite, liquidação.
Imagem: Júlia Aguiar via valorinveste.globo.com
A situação reacende discussões sobre a forma como investidores analisam títulos de bancos antes de aplicar recursos, além de levantar dúvidas sobre a capacidade de resposta do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) caso ocorra uma crise pontual ou mesmo uma corrida bancária.
Com a divulgação dos números do payroll e o desenrolar do caso Master, o mercado financeiro monitora potenciais impactos sobre juros, câmbio e ativos de risco ao longo do dia.