Os contratos de petróleo encerraram a sessão desta segunda-feira, 20 de outubro de 2025, no nível mais baixo em cinco meses, pressionados por receios de excedente global e pela crescente tensão comercial entre Estados Unidos e China.
No mercado londrino, o Brent para entrega em dezembro recuou 0,46%, cotado a US$ 61,01 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), menor valor desde maio. Em Nova York, o West Texas Intermediate (WTI) para o mesmo mês cedeu 0,23%, para US$ 57,02 na New York Mercantile Exchange (Nymex).
Investidores passaram a precificar um possível excesso de oferta. Os spreads de seis meses dos dois benchmarks indicam contango—quando contratos com vencimento próximo são negociados abaixo dos de vencimento posterior—, cenário que estimula o armazenamento para venda futura.
O contango do Brent, que reapareceu em 16 de outubro pela primeira vez desde uma breve incursão em maio, atingiu a maior amplitude desde dezembro de 2023. Nos Estados Unidos, a estrutura entrou em contango em 18 de outubro, fato inédito desde janeiro de 2024.
“Esses temores de excesso de oferta já afetam o mercado, especialmente a partir de 2026. Devemos ver aumento do armazenamento flutuante e tanques domésticos mais cheios”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital.
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Brent e WTI acumularam queda superior a 2% na semana passada, a terceira semana consecutiva de perdas, influenciadas pela projeção da Agência Internacional de Energia (AIE) de um superávit crescente no mercado em 2026. Durante a maior parte deste ano, os futuros operaram em backwardation, estrutura oposta que reflete percepção de oferta apertada no curto prazo.
As tensões comerciais entre Washington e Pequim reforçam o temor de desaceleração econômica global, adicionando pressão sobre a expectativa de demanda por energia.