PIB da China desacelera no 3º trimestre e exportação de ímãs de terras raras cai em setembro

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O Produto Interno Bruto (PIB) da China avançou 4,8% entre julho e setembro, ritmo inferior aos 5,2% registrados de abril a junho e aos 5,4% de janeiro a março, informou o Escritório Nacional de Estatísticas.

Apesar da perda de fôlego, o governo chinês mantém a meta de crescimento anual de 5% para 2025. O desempenho do último trimestre será decisivo para atingir o objetivo. Segundo a mídia estatal, “a produção agrícola apresenta bom desempenho, a produção industrial cresce rapidamente e o setor de serviços mostra expansão constante”.

Exportações de ímãs em retração

Em setembro, as exportações de ímãs de terras raras recuaram 6,1% na comparação com agosto, após três meses de superávit. A queda ocorreu pouco depois de Pequim exigir licença especial para qualquer produto fabricado no exterior que contenha terras raras extraídas no país.

Efeito da disputa comercial

A desaceleração econômica e o recuo nas vendas externas refletem a guerra tarifária com os Estados Unidos. Em resposta às novas regras chinesas, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou aplicar tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro.

Washington e Bruxelas buscam alternativas para reduzir a dependência dos minerais processados na China, que responde por cerca de 90% do refino global e detém aproximadamente 60% das reservas mundiais. Como parte dessa estratégia, Trump firmou acordo com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, prevendo investimentos norte-americanos de até US$ 8,5 bilhões (R$ 45 bilhões) em instalações de processamento na Austrália.

Imagem: redir.folha.com.br

Agenda política

A situação econômica deverá ser tema da sessão plenária do Comitê Central do Partido Comunista Chinês, que ocorre em Pequim de segunda-feira (20) a quinta-feira (23). O encontro definirá prioridades de desenvolvimento e o peso das relações comerciais com os EUA no próximo plano quinquenal.

Os desdobramentos também devem entrar na pauta de uma possível reunião entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), marcada para a Coreia do Sul. Os líderes pretendem discutir tarifas e controles de exportação em agenda paralela ao evento.