Geoffrey Hinton, referência mundial em inteligência artificial e apelidado de “padrinho da IA”, afirmou que sistemas capazes de igualar ou superar a capacidade humana podem surgir em poucos anos. A declaração foi feita durante a conferência Ai4, em Las Vegas.
Hinton explicou que, até recentemente, estimava a chegada da chamada inteligência artificial geral (AGI) em 30 a 50 anos. Agora, o pesquisador acredita que o marco pode ser alcançado muito antes. “Eles vão ser muito mais inteligentes do que nós”, disse, comparando a situação a um adulto responsável por um grupo de crianças de três anos — mas trabalhando para elas.
Segundo o cientista, máquinas conseguem compartilhar conhecimento em escala inimaginável para seres humanos. “Enquanto pessoas trocam poucas informações por segundo, um sistema de IA pode transferir trilhões de bits cada vez que é atualizado”, observou.
Para reduzir riscos, Hinton defende que desenvolvedores priorizem a criação de sistemas que “cuidem” das pessoas. Ele sugere incorporar um “instinto materno”, com o objetivo de proteger vidas humanas. “Precisamos de mães de IA, não de assistentes de IA. Um assistente pode ser demitido; sua mãe, felizmente, não”, afirmou.
Hinton deixou o Google em 2023 após mais de uma década na empresa, buscando liberdade para discutir perigos potenciais da tecnologia que ajudou a criar. O cientista foi responsável por um avanço de 2012 que se tornou base de modelos como o ChatGPT.
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Apesar dos alertas, Hinton enxerga vantagens claras no uso da IA em medicina, como diagnósticos mais rápidos, desenvolvimento de medicamentos direcionados e tratamentos personalizados.
O pesquisador não respondeu imediatamente a pedidos de comentário sobre suas novas previsões e propostas.