Construção civil cria plano de carreira para atrair jovens e reduzir falta de mão de obra em SP

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Empresários e sindicatos da construção civil de São Paulo lançaram um plano de carreira nacional para combater a escassez de trabalhadores nos canteiros de obras, sobretudo entre os mais jovens. A iniciativa, organizada por Sinduscon-SP (patronal) e Sintracon-SP (trabalhadores) com apoio do Senai, detalha a trajetória profissional da função básica até o cargo de mestre de obras.

O setor emprega hoje cerca de 2,9 milhões de pessoas com carteira assinada no país, mas enfrenta atrasos em cronogramas e perda de qualidade por falta de mão de obra de entrada. Segundo David Fratel, coordenador do grupo de Recursos Humanos do Sinduscon-SP, aprendizes e ajudantes representam metade da força de trabalho, porém deixaram de procurar vagas.

Nova nomenclatura e progressão

Pelo modelo, o trabalhador inicia como aprendiz (antigo servente) e, após 90 dias, pode tornar-se meio-oficial. Em até um ano, chega a trabalhador qualificado, com possibilidade de especialização em carpintaria, hidráulica, alvenaria ou eletricidade. A remuneração é reajustada a cada avanço.

Além disso, termos tradicionais serão substituídos. “Servente de pedreiro” passa a ser “auxiliar de construção”, e “pedreiro” pode virar “montador de drywall” ou “instalador de infraestrutura”. Para Antônio de Souza Ramalho, presidente do Sinduscon-SP, a mudança busca reduzir o preconceito associado às funções manuais.

Pisos salariais e benefícios

A Convenção Coletiva 2025/2026 fixa os seguintes pisos para a capital e municípios da região metropolitana:

  • Aprendiz: R$ 2.189,97
  • Meio-oficial: R$ 2.427,36
  • Trabalhador qualificado: R$ 2.664,75
  • Obras industriais especializadas: R$ 3.192,39

O acordo também garante vale-refeição de R$ 31,80 por dia, vale-supermercado de R$ 485 mensais, seguro de vida, café da manhã e lanche nos canteiros.

Construção civil cria plano de carreira para atrair jovens e reduzir falta de mão de obra em SP - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Atração de novos perfis

O plano prevê ações afirmativas para incluir jovens, mulheres e imigrantes, além de capacitação contínua oferecida pelo Senai. Salários iniciais variam de R$ 2.500 a R$ 6.000, podendo alcançar R$ 20 mil para mestres de obras sem exigência de diploma superior.

Empresas como Direcional Engenharia e Benx Incorporadora já aplicam programas de formação interna. Na Direcional, trabalhadores que entram como ajudantes recebem cursos gratuitos de elétrica e hidráulica. A Benx mantém equipe equilibrada em gênero no megaprojeto Parque Global, com metade dos cargos ocupados por mulheres, inclusive em diretoria e engenharia.

A construção civil foi o quarto setor que mais abriu vagas formais em abril de 2025, empregando mais de 135 mil pessoas no primeiro quadrimestre do ano.

Com informações de Folha de S.Paulo

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