Planos do Obamacare devem ficar 26% mais caros em 2026 no meio de impasse sobre subsídios

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Os prêmios dos planos de saúde comercializados nas bolsas do Affordable Care Act (ACA), conhecido como Obamacare, devem aumentar em média 26% em 2026, segundo estimativa divulgada pela Kaiser Family Foundation (KFF). A previsão chega enquanto o Congresso discute a prorrogação dos subsídios ampliados que ajudam a reduzir o custo dessas apólices, tema que se tornou ponto de confronto na paralisação do governo federal iniciada em 1º de outubro.

O ACA concede créditos tributários calculados sobre a renda dos beneficiários para diminuir o valor pago mensalmente pelos seguros. Durante a pandemia de COVID-19, o Congresso aprovou, em 2021, créditos maiores, estendidos até o fim de 2025 pela Lei de Redução da Inflação. A possível renovação dessa ajuda está no centro das negociações em Washington.

Aumentos variam conforme a plataforma de venda

De acordo com a KFF, nas trocas operadas pelos estados, o prêmio de referência — o segundo plano de menor preço na categoria prata, base para o cálculo do subsídio — deve subir 17%. Nos estados que utilizam o Healthcare.gov, mantido pelo governo federal, a alta média projetada é de 30%.

Impacto para 24 milhões de beneficiários

Cerca de 24 milhões de norte-americanos estão inscritos em planos do Obamacare, dos quais 22 milhões recebem algum subsídio. A temporada de inscrições para 2026 começa em 1º de novembro, quando as seguradoras enviarão avisos sobre os novos valores.

Se o Congresso mantiver os créditos ampliados, a parcela desembolsada pelos usuários subsidiados deve permanecer praticamente estável, apesar do reajuste. Caso expirem, a KFF calcula que o valor pago mensalmente por quem hoje recebe ajuda mais do que dobrará — aumento médio de 114%. Pessoas com renda acima de quatro vezes o nível de pobreza perderiam completamente o benefício e enfrentariam prêmios maiores sem qualquer compensação.

Imagem: Eric Revell FOXBusiness via foxbusiness.com

Fatores que pressionam os prêmios

A fundação aponta vários motivos para a escalada de preços: custos hospitalares crescentes, popularidade de medicamentos caros da classe GLP-1, como o Ozempic, e a possibilidade de novas tarifas. Além disso, as seguradoras incluíram, em média, quatro pontos percentuais adicionais nas tabelas por preverem que consumidores mais saudáveis podem abandonar os planos se os subsídios maiores não forem renovados.

Líderes democratas, como o deputado Hakeem Jeffries e o senador Chuck Schumer, defendem a prorrogação dos créditos ampliados. Parlamentares republicanos são contra a extensão, o que mantém o tema no centro do impasse que paralisa parte da administração federal.