Investidores que pretendem usar o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) para abater até 12% da renda bruta tributável no Imposto de Renda de 2025 precisam fazer os aportes até o último dia útil de dezembro.
O alerta ganha força em um mercado de previdência privada em expansão. Dados do segundo trimestre de 2025 mostram patrimônio total de R$ 3,11 trilhões nas entidades do setor — montante equivalente a 25% do PIB. Desse total, R$ 1,7 trilhão está alocado na previdência aberta, segmento que mais que dobrou de tamanho desde 2016.
A Lei nº 14.803, sancionada em 2024, ampliou a flexibilidade do produto ao permitir que o investidor escolha entre regime progressivo ou regressivo apenas no momento do resgate. A mudança, segundo especialistas, facilita ajustes conforme as diferentes fases da vida financeira.
Mesmo com a chegada de novas gestoras e produtos mais sofisticados, cinco grandes bancos ainda detêm mais de 80% da custódia da previdência aberta. Desde 2021, entretanto, a XP Investimentos lidera o ranking de portabilidades, apoiada em ações de educação financeira e na oferta de fundos com gestão ativa.
Clara Sodré, analista de fundos da XP, considera o fim de ano o momento ideal para revisar o plano, escolher o regime de tributação e, quando adequado, realizar portabilidade para fundos mais alinhados ao perfil do investidor. “O investidor passou a ter mais liberdade para revisar e ajustar seus planos, buscando performance e eficiência”, afirmou durante o Espresso Outliers InfoMoney.
Victor Bentivegna, assessor private na Fami Capital, lembrou que a previdência ainda carrega o estigma de taxas altas do passado, mas hoje se destaca como veículo de longo prazo, sem come-cotas, sem ITCMD e com possibilidade de ajustes de posição sem cobrança de imposto de renda.
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Henrique de Barros, fundador da Invés Invista, ressaltou que o erro mais comum é aplicar com visão de curto prazo em um produto desenhado para o longo. “A previdência é o espaço ideal da carteira para buscar maior retorno, abrindo mão da previsibilidade imediata”, disse.
Para Fábio Oliveira, gestor de crédito privado da XP Asset, o PGBL combina desempenho e planejamento fiscal em diferentes classes de ativos, dos atrelados ao CDI a fundos de prazo mais longo. “O investidor pode aproveitar o benefício fiscal enquanto o capital continua rendendo”, destacou.
Com a proximidade do último dia útil de dezembro, especialistas recomendam atenção ao cronograma para garantir o benefício fiscal na declaração de 2025.