Preço da carne bovina se aproxima de recorde nos EUA, mas consumo segue em alta

Dificuldades e desafios2 dias atrás18 Visualizações

O preço da carne bovina nos Estados Unidos alcançou níveis próximos ao recorde histórico, porém o apetite dos consumidores continua forte. Economistas afirmam que a demanda robusta mantém os valores em patamares elevados e não há sinais de recuo no curto prazo.

Demanda sustenta altas sucessivas

De acordo com o professor de economia agrícola Glynn Tonsor, da Universidade Estadual do Kansas, o interesse dos americanos por carne bovina segue intenso, independente das oscilações de oferta. “Nada obriga o consumidor a pagar mais no supermercado; as pessoas escolhem fazê-lo”, observou o especialista, ao destacar que a preferência pelo produto “puxa” os preços para cima.

Dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) mostram que o preço médio do quilo da carne bovina subiu de US$ 8,40 em março para US$ 9,18 em agosto de 2025, avanço de cerca de 9% no período.

Mesmo com o encarecimento, o consumo segue firme. Em 2024, os americanos desembolsaram mais de US$ 40 bilhões em carne bovina fresca, soma que representou mais da metade de todas as vendas de carnes frescas, segundo a Beef Research, entidade ligada à National Cattlemen’s Beef Association.

Oferta reduzida pressiona o mercado

Analistas do setor preveem que o suprimento deve ficar ainda mais restrito em 2025, o que pode elevar um pouco mais os preços. A escassez decorre de anos de estiagem, custos elevados de ração e envelhecimento da população de pecuaristas, fatores que reduziram o rebanho nacional ao menor nível em mais de sete décadas.

O professor Derrell Peel, da Universidade Estadual de Oklahoma, ressalta que reconstruir o plantel leva tempo. “Levará vários anos para sairmos desse cenário, pois são necessários cerca de dois anos para um animal chegar ao mercado e ainda mais tempo para recompor os rebanhos”, explicou.

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Imagem: Amanda Macias FOXBusiness via foxbusiness.com

Escala de produção e ações do governo

Tonsor destacou que a produção em larga escala ajuda a conter custos por cabeça e, consequentemente, por quilo, mantendo a carne acessível ao consumidor. Qualquer perda dessas economias de escala, alertou, resultaria em preços ainda mais altos nos supermercados.

No âmbito federal, a administração Donald Trump anunciou medidas para reduzir os preços, entre elas o aumento das importações de países como a Argentina e uma investigação do Departamento de Justiça sobre possível conluio entre frigoríficos. O governo também afirma trabalhar em um plano de longo prazo para fortalecer a pecuária norte-americana.

Por ora, entretanto, a combinação de demanda aquecida e oferta limitada mantém a carne bovina cara — e cada vez mais presente no carrinho de compras dos consumidores dos Estados Unidos.

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