Os contratos de petróleo iniciaram a semana em alta nesta segunda-feira (29) enquanto investidores analisam o resultado das conversas entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, sobre um possível acordo para encerrar a guerra no país. A preocupação com novas interrupções de oferta no Oriente Médio também sustentou o movimento.
Às 07h51 (GMT), o Brent para fevereiro subia US$ 0,67, ou 1,1 %, para US$ 61,31 por barril. No mesmo horário, o West Texas Intermediate (WTI) ganhava US$ 0,65, ou 1,15 %, cotado a US$ 57,39.
Os dois referenciais haviam recuado mais de 2 % na sexta-feira (26) diante de previsões de excesso de oferta global e da expectativa de um avanço diplomático antes da reunião realizada no fim de semana no resort Mar-a-Lago, na Flórida.
No domingo (28), após encontro com Zelenskiy, Trump afirmou que os dois países estão “muito próximos” de um entendimento, embora o destino da região de Donbas ainda seja um impasse. O presidente norte-americano disse esperar que a efetividade das negociações fique clara “nas próximas semanas”.
Segundo Mingyu Gao, pesquisador-chefe de energia da China Futures, a ausência de consenso sobre questões territoriais mantém a possibilidade de um acordo entre Rússia e Ucrânia em aberto, sem perspectiva de solução rápida.
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Yang An, analista da Haitong Futures, observa que as cotações também reagem à continuidade dos ataques russos e ucranianos contra instalações energéticas no fim de semana. Além disso, o mercado acompanha a escalada no Oriente Médio, com bombardeios sauditas no Iêmen e declarações do Irã sobre um conflito de “larga escala” envolvendo Estados Unidos, Europa e Israel, fatores que alimentam receios de cortes na oferta.
Para Tony Sycamore, analista da IG, o WTI deve oscilar entre US$ 55 e US$ 60 por barril. Ele acrescenta que os agentes acompanham possíveis sanções dos Estados Unidos a embarques de petróleo da Venezuela e eventuais repercussões do ataque norte-americano a alvos do ISIS na Nigéria, país que produz cerca de 1,5 milhão de barris por dia.
Com o cenário ainda incerto tanto na frente diplomática quanto no quadro geopolítico, operadores seguem monitorando qualquer sinal que possa alterar a perspectiva de oferta e demanda mundial de petróleo.