Previ vende R$ 7 bilhões em ações e direciona recursos para NTN-Bs

Estratégias de investimento2 dias atrás9 pontos de vista

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São Paulo – A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, reduziu total ou parcialmente suas participações em 12 companhias e levantou cerca de R$ 7 bilhões com a venda de ações, informou o presidente João Fukunaga ao serviço Broadcast nesta quarta-feira (10).

Segundo o executivo, a operação inclui a saída da BRF (BRFS3), cujo desinvestimento já gerou R$ 2 bilhões. O objetivo é realizar lucros na renda variável e reinvestir em Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-Bs), estratégia que a entidade chama de “imunização do passivo”.

“Estamos fazendo o desinvestimento por entender que há espaço, do ponto de vista do equity, para sair e comprar NTN-Bs”, afirmou Fukunaga. Ele ressaltou que o plano de benefícios administrado pela Previ tem a maior parte dos participantes já aposentados ou pensionistas, o que aumenta a busca por ativos de renda fixa para dar estabilidade ao passivo.

Parte das alienações ainda está em andamento, razão pela qual a fundação não revelou todas as empresas envolvidas. De acordo com Fukunaga, todas as movimentações seguem a política de investimentos aprovada pela diretoria executiva e pelo Conselho Deliberativo.

Resultado volta ao azul

Com patrimônio de R$ 267 bilhões, o Plano 1 da Previ encerrou agosto com superávit preliminar de cerca de R$ 1 bilhão em 2025, depois de meses negativos. No acumulado do ano, o ganho chega a R$ 4,1 bilhões.

O retorno em agosto foi de 1,84%, elevando a rentabilidade anual para 8,97%, acima da meta atuarial de 6,41% (INPC + 4,75%). Os números foram calculados antes da divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de agosto, prevista para esta quarta-feira.

O desempenho foi puxado pela valorização de 13,4% da carteira de ações até agosto e pelo avanço de 7,3% da renda fixa. Empréstimos renderam 6,4%, imóveis 3,2% e fundos estruturados 20,8% — estes últimos com peso reduzido no portfólio. Os investimentos no exterior recuaram 3,7%.

Em valores nominais, os investimentos somaram R$ 19 bilhões em 2025 até agosto, sendo R$ 7,7 bilhões em renda variável, R$ 10,5 bilhões em renda fixa e R$ 0,8 bilhão em outras aplicações.

Histórico recente e auditoria do TCU

A melhora acontece após o fundo fechar 2024 com déficit de R$ 17,6 bilhões, em contraste com o superávit de R$ 14,5 bilhões registrado em 2023. Considerando o período completo, houve déficit final de R$ 3,16 bilhões, atribuído à volatilidade dos mercados financeiro e de capitais.

O resultado negativo de 2024 levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a abrir um levantamento que evoluiu para auditoria. O órgão identificou indícios de falhas em processos de investimento e desinvestimento, na escolha de representantes para conselhos de empresas investidas e em transações imobiliárias. O TCU ainda não emitiu decisão sobre o caso.

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