A leitura preliminar do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho, divulgada nesta sexta-feira (25), mostrou nova aceleração da inflação no país. Ainda assim, indicadores qualitativos vieram melhores do que o esperado e sustentam a perspectiva de que o Banco Central poderá discutir reduções da taxa básica de juros ainda em 2025, segundo o estrategista Matheus Spiess, da Empiricus Research.
Em participação no programa Giro do Mercado, do portal Money Times, Spiess ressaltou que a Selic a 15% tem contribuído para conter os efeitos de pressões fiscais sobre os preços. “A média dos núcleos, os serviços subjacentes e o índice de difusão estão todos abaixo do padrão histórico para este período”, afirmou.
O analista ponderou que, embora os números reforcem a “esperança” de cortes a partir do próximo ano, esse movimento dependerá de outros fatores macroeconômicos. “É condição necessária, mas não suficiente”, disse.
Spiess descartou uma convergência da inflação para o centro da meta de 3% (com banda de 1,5 ponto percentual) no horizonte de 12 meses, mas observou que o resultado ficou aquém de projeções mais pessimistas, que apontavam alta de 6% no acumulado em um ano.
Entre os pontos de atenção, o estrategista citou a tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo ele, eventuais medidas de retaliação estudadas pelo governo brasileiro podem gerar novas pressões inflacionárias. “É fundamental que a retórica agressiva seja substituída por pragmatismo e sobriedade”, comentou.
Imagem: Gustavo R via moneytimes.com.br
Além do IPCA-15, o programa abordou o desempenho dos mercados globais e destaques corporativos desta sexta-feira.
Com informações de Money Times