Nova York – Warren Buffett fechou a compra da Occidental Petroleum por aproximadamente US$ 9,7 bilhões, primeiro grande negócio do investidor em vários anos e possível último movimento de peso antes de sua saída do cargo de CEO da Berkshire Hathaway ao fim de 2025.
A carteira da Berkshire Hathaway reúne dois grandes blocos. O primeiro concentra empresas controladas, com forte presença nos ramos de seguros, transporte ferroviário de carga e geração e distribuição de energia. O segundo agrupa participações minoritárias em companhias listadas, caso da Apple, investimento mais simbólico do grupo.
Geico – Buffett comprou ações da Government Employees Insurance Company ainda em 1948, logo no IPO. Em 1980 ele detinha 33% da seguradora; 15 anos depois chegou a 51% e, em 1995, adquiriu os 49% restantes. Hoje, a Geico é subsidiária integral da Berkshire.
Duracell – A fabricante de pilhas foi adquirida em 2014 por US$ 3 bilhões. A companhia pertencia à Procter & Gamble e chamou a atenção de Buffett pela forte geração de caixa em um mercado de demanda estável.
Apple – A Berkshire tornou-se acionista no início de 2016, comprando mais de US$ 1 bilhão em papéis, equivalentes a 0,2% da empresa naquele momento. No segundo trimestre de 2023, o investimento passou a representar 51% do valor da carteira, fatia reduzida para 23,7% no balanço mais recente.
American Express – O primeiro aporte ocorreu em 1994, somando US$ 1,3 bilhão. A posição vale hoje cerca de US$ 50,1 bilhões e é a segunda maior dentro da Berkshire.
Coca-Cola – Buffett iniciou a compra em 1988 e detém aproximadamente 9,3% do capital. A participação está avaliada em cerca de US$ 26,40 bilhões.
Imagem: infomoney.com.br
Ação – Participação na companhia / Peso na carteira
Apple – 1,90% / 23,70%
American Express – 21,80% / 16,50%
Bank of America – 8,20% / 10%
Coca-Cola – 9,30% / 8,70%
Chevron – 6% / 6,20%
Moody’s – 13,80% / 3,90%
Mitsubishi – 10,20% / 3%
Kraft Heinz – 27,50% / 2,80%
Chubb – 6,80% / 2,50%
Itochu – 8,50% / 2,50%
Mitsui & Co – 9,80% / 2,30%
Davita – 45% / 1,40%
Marubeni – 9,30% / 1,30%
Kroger – 7,50% / 1,10%
Sumitomo – 9,30% / 1,10%
A Berkshire começou como empresa têxtil e chamou a atenção de Buffett no início dos anos 1960 pelo baixo preço das ações. O investidor assumiu o controle em 1969 e encerrou as operações no setor em 1985, transformando a companhia em seu principal veículo de investimentos. Em agosto do ano passado, o valor de mercado ultrapassou a marca de US$ 1 trilhão e, nesta sexta-feira (3), somava US$ 1,07 trilhão.
No segundo semestre deste ano, a Berkshire registrou lucro operacional de US$ 11,16 bilhões e alcançou caixa recorde de US$ 344,1 bilhões, contexto que facilitou a aquisição da Occidental Petroleum.
Além das posições americanas, a Berkshire mantém fatias em cinco grandes conglomerados japoneses – Itochu, Marubeni, Mitsubishi, Mitsui e Sumitomo – considerados estratégicos por atuarem em diversos segmentos da economia local.
A compra da Occidental Petroleum reforça a presença da Berkshire no setor de energia e sinaliza que o “Oráculo de Omaha” continua disposto a realizar movimentos significativos antes de deixar o comando da holding em 2025.