Queda do petróleo ameaça arrecadação brasileira e amplia desafios para investidores, afirma economista da XP

Estratégias de investimento12 minutos atrás6 pontos de vista

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São Paulo – A rápida desvalorização do barril de petróleo para cerca de US$ 65 acende sinal de alerta para o orçamento público e a balança de pagamentos do Brasil, avaliou Caio Megale, economista-chefe da XP, em entrevista ao podcast Outliers, do InfoMoney.

Segundo Megale, a redução do preço da commodity, que chegou a superar US$ 130 durante o auge do conflito na Ucrânia, diminui receitas de royalties, concessões e tributos pagos pela Petrobras (PETR3; PETR4). “Quando o petróleo recua, o país arrecada menos e o déficit externo tende a aumentar”, explicou.

Efeitos contrários sobre inflação e contas públicas

O economista destacou que o movimento tem consequências distintas para a economia. De um lado, ajuda a conter a inflação global e reduz custos de produção; de outro, pressiona a execução orçamentária de 2024. Ele lembrou que o Brasil ganhou importância no mercado internacional após as descobertas do pré-sal, o que amplifica o impacto da volatilidade dos preços.

Cenário geopolítico e tarifas

Megale também comentou recentes acontecimentos internacionais, como o cessar-fogo entre Israel e Hamas e o início de uma reaproximação entre Estados Unidos e China. Para ele, o principal reflexo imediato desses eventos recai sobre os preços das commodities, especialmente o petróleo.

Sobre a política comercial norte-americana, o economista observou que a elevação média das tarifas sobre produtos chineses de 2% para aproximadamente 10% gerou “mais barulho e volatilidade do que impacto macroeconômico efetivo”, já que as importações vindas da China estão em queda. Mesmo assim, considera o tema um risco relevante, capaz de pressionar custos e a inflação.

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Imagem: infomoney.com.br

Populismo fiscal como ameaça maior

Megale apontou que intervenções de governos populistas nos bancos centrais representam um perigo mais sério do que as tarifas. Se pressões políticas resultarem em cortes de juros forçados, a credibilidade das autoridades monetárias pode ser abalada, elevando a instabilidade global.

Ele acrescentou que eventuais reduções na taxa básica pelo Federal Reserve, motivadas pela desaceleração do mercado de trabalho dos Estados Unidos, buscam prevenir uma recessão. O mercado, entretanto, deve acompanhar mudanças estruturais no emprego e políticas de imigração.

A entrevista foi conduzida por Clara Sodré e Fabiano Cintra na edição mais recente do podcast.

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