Nova York – A General Motors informou nesta terça-feira (14) que registrará uma despesa extraordinária de US$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre devido à desaceleração do mercado de veículos elétricos.
Em documento enviado à SEC, a montadora detalhou que:
A companhia alertou que segue reavaliando sua capacidade produtiva e que novas despesas podem ocorrer.
As vendas de automóveis a bateria vinham desacelerando desde o início de 2024 e tendem a recuar de forma mais acentuada após a extinção, em 30 de setembro, do crédito fiscal federal de US$ 7.500 para compradores de modelos zero emissão, medida aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Donald Trump.
No terceiro trimestre, consumidores anteciparam compras para aproveitar o incentivo antes do prazo final, mas analistas projetam retração significativa nas vendas até 2026.
O diretor financeiro da GM, Paul Jacobson, declarou recentemente que a empresa ainda não obtém lucro com veículos elétricos e, diante das novas projeções de demanda, concentrará esforços em diminuir custos de produção. “A jornada para a lucratividade era impulsionada pela escala, e o crescimento será mais lento nos próximos anos”, afirmou.
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A GM já decidiu reduzir o ritmo fabril de elétricos em unidades no Tennessee e em Michigan. Neste ano, vendeu sua participação em uma planta de baterias que construía em parceria com a LG Energy Solution, mas mantém joint ventures de produção de células em Spring Hill (Tennessee) e Warren (Ohio).
Stellantis, Volkswagen, Honda e Ford também revisaram planos para veículos elétricos. A Stellantis abandonou o projeto de uma picape elétrica e estuda relançar modelos a gasolina; a Volkswagen cancelou um sedã elétrico nos EUA; a Honda desistiu de um Acura elétrico; e a Ford adiou a construção de duas das quatro fábricas de baterias previstas, além de postergar lançamentos, incluindo uma picape elétrica média para 2027. A divisão de elétricos da Ford acumulou perda de US$ 2,2 bilhões no primeiro semestre.
Com o mercado em ajuste, especialistas avaliam que as montadoras deverão calibrar produção, investimentos e portfólios enquanto esperam sinais de recuperação na demanda por veículos movidos a bateria.