São Paulo — Entre janeiro e o fim de setembro de 2025, o real avançou 16,43% frente ao dólar e tornou-se a terceira moeda com melhor desempenho em uma cesta de 27 divisas monitoradas pela consultoria Elos Ayta.
Apenas o rublo russo, que subiu 33,29%, e a coroa sueca, com alta de 17,22%, superaram a moeda brasileira no período.
De acordo com Einar Rivero, fundador da Elos Ayta, a valorização do real é a mais intensa desde 2016, quando a moeda teve ganho de 19,81%. O diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos é apontado como principal fator: com a recente redução das taxas americanas, investidores passaram a buscar mercados que ofereçam rendimentos mais altos. A manutenção dos juros em patamar elevado no Brasil aumenta o prêmio pago a quem traz recursos para o país.
No caso do rublo, a trajetória de alta é atribuída às elevações recordes dos juros promovidas pelo Banco Central da Rússia. Já a coroa sueca se beneficia da forte retomada econômica da Suécia.
A tendência global de enfraquecimento do dólar também contribuiu para o resultado geral. O índice DXY, que mede a variação da divisa norte-americana em relação a seis moedas principais, recuou 9,86% no ano.
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Na outra ponta, o peso argentino liderou as quedas, com desvalorização de 24,45% — a maior desde 2023, quando despencou 78,0%. A retração da atividade econômica na Argentina e a expressiva derrota do governo Javier Milei nas eleições legislativas em Buenos Aires explicam o movimento. A lira turca aparece logo depois, com baixa de 15,01%.
Os números mostram que, apesar das incertezas globais, o Brasil manteve atratividade para o capital estrangeiro em 2025, sustentado por remuneração mais alta aos investidores e pelo clima internacional de maior apetite por risco.